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Skelethrone: The Chronicles of Ericona | REVIEW

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Existem jogos com uma atmosfera tão forte, que a primeira vista, conseguem passar a impressão exata do que são, e Skelethrone: The Chronicles of Ericona é exatamente esse tipo de jogo. O game é um metroidvania com elementos soulslike e uma pegada de plataforma 2D que nos remete para o que há de melhor nos gêneros. Abaixo, conheceremos um pouco mais do game, confira!

  • Jogo: Skelethrone: The Chronicles of Ericona
  • Desenvolvedora: 70`Strike
  • Publicadora: Valkyrie Initiative
  • Lançamento: 7 de agosto de 2024
  • Número de Jogadores: 1
  • Gênero: Metroidvania / Action RPG
  • Plataformas: PS4, PS5, Switch, XSSX, PC
  • Site OficialValkyrie Initiative

A diversão em uma terra mórbida e desolada.

Desenvolvido pela 70`Strike, Skelethrone: The Chronicles of Ericona chega com uma proposta tentadora para os fãs de RPG que curtem a mescla metroidvania/soulslike. A desenvolvedora não se comediu, e criou um jogo com uma estética bastante particular, apoiando a experiência visual em arquétipos sombrios, mórbidos e até mesmo misantrópicos, e isso ficou ótimo, deixando o jogo com uma identidade muito particular.

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A premissa do jogo ajuda a desenvolver a ambientação sombria. Estaremos lutando pela causa do guerreiro Derek, em uma terra devastada e cheia de perigos. Visamos jogar nossa vingança sobre a Rainha Aurora, responsável por assassinar grande parte dos seres do mundo de K’ar Kaaros, substituindo-os por Mourners, um exército de mortos-vivos e criaturas ameaçadoras. Ainda que a história não seja de toda original, o fato de ser revelada lentamente ao longo da jornada, confere um ar de mistério que combina perfeitamente com a proposta do game.

Falando em gráficos, temos uma temática sombria e misteriosa, abusando de cores cinzas e pretas, que deixam o game com um tom melancólico. A paleta de cores aproxima o jogo ainda mais do gênero soulslike, mas com uma pegada pixelada. Ainda que tenha essa pegada de RPGs modernos, ele está ligado aos games dos anos 90. Confesso que o jogo me lembrou muito Actrayser 2 (1993). Outras influências também estão presentes, mas o ponto forte do jogo é sua ambientação e atmosfera, que colocam o jogador no clima sombrio e desolador.

O jogo oferece uma série de desafios baseado no ambiente que exploramos, isso foi abordado com bastante ênfase, diferentemente da maneira quase displicente que outros jogos o fazem. Enquanto explora terras devastadas, cuidado ao pisar em pântanos e caminhos, eles podem esconder armadilhas que não são nada piedosas. Todos esses fatores juntos, fazem do jogo uma experiência muito prazerosa para quem curte games do gênero ou procura por jogos com ambientações e gráficos mais profundos.

Desistir nunca, se irritar jamais

Quantas vezes você se pegou dizendo em pensamento: na próxima eu consigo, ou: esse golpe acertou, tenho certeza que acertou… Isso acontecerá várias vezes em Skelethrone: The Chronicles of Ericona. A sensação que temos é que a distância que temos de estar para atingir os inimigos, parece menor que a da arma que estamos usando, nos fazendo, por muitas vezes, nos aproximar perigosamente dos inimigos. Esse mecanismo, contra chefes, fica ainda mais frustrante, pois a sensação que temos é que o jogo está nos roubando, já que aparentemente, nosso golpe foi certeiro.

Isso também acontece quando vamos nos defender ou esquivar, o que deveria ser o ponto alto do combate, fica relegado a uma perícia que poucos vão conseguir atingir. Essa perícia só virá com o tempo e se você tiver dedicação para encarar a morte ou dano como algo natural. Skelethrone: The Chronicles of Ericona é um jogo cadenciado, que força o jogador a avançar meticulosamente, ainda que determinadas situações passem a sensação de que tudo se resume a bater, esquivar, pular e bater novamente. Essa última sequência, é o caminho mais rápido para se irritar.

Outro fator que torna o game especialmente difícil, caso você não se atente, é o cenário. Ele é um elemento vivo e um inimigo passivo que está a todo momento espreitando para tirar um pouco da sua vida e paciência. Lanças escondidas, poços disfarçados e projéteis que aparecem quando você menos espera são alguns dos desafios. Ainda que esses subterfúgios tenham sido usados a exaustão no jogo, eles parecem uma alternativa pouco criativa, e nos passam a sensação de algo mais apelativo e até desproporcional, visando implicar mais dificuldade ao jogo. Um pouco de criatividade ao implementar essas armadilhas não teria sido nada mal.

Quando falamos em como o jogo trata a evolução, temos a tradicional árvore de habilidades, que deve ser evoluída, conforme eliminamos inimigos e ganhamos pontos para serem usados nessa árvore. Note que algumas armas só podem ser equipadas conforme nosso status também sobe. Novamente temos um sistema usado a exaustão, mas nesse caso, nem podemos culpar a desenvolvedora, já que essa é a tradição não importa o que aconteça.

A pressa é o caminho mais rápido para a desesperança

Quem conhece os jogos influenciados pelo gênero soulslike já sabe que na maioria esmagadora das vezes, o cuidado é a chave para conseguir extrair a melhor das diversões, e não é diferente em Skelethrone: The Chronicles of Ericona. Ainda que pareça um jogo de plataforma, as semelhanças são bem distintas, se você pensar em correr e bater enquanto salta por buracos e recolhe itens, sua experiência será frustrante. Logo ao enfrentar os primeiros inimigos do jogo, entendemos que não somos o melhor dos guerreiros e tão pouco podemos nos vangloriar sobre os inimigos iniciais, qualquer um a qualquer momento pode nos fazer começar novamente.

O sistema de combate é bem simples, bem como o gerenciamento dos itens que recolhemos durante o jogo. Equipar os itens recolhidos é bem intuitivo, bem como a verificação de cada atributo, deixando o jogador mais casual a vontade na hora de escolher o que equipar. Confesso que o uso do inventário poderia ser mais bem trabalhado, oferecendo uma customização mais rápida, mas não é o caso e isso também não influência diretamente na diversão, é apenas um caso de estar acostumado a padrões mais comuns nesse tipo de jogo.

Durante nossa jornada, encontraremos diversos tipos de inimigos, desde as criaturas clássicas nesse tipo de jogo, como guerreiros, caveiras, bruxas, animais amaldiçoados e variantes de cada um deles. Todas essas criaturas são difíceis, principalmente se você não tiver o feeling de como lidar com cada uma delas. Também teremos um leque de armas e equipamentos para nos ajudar com esses inimigos, e ainda que o jogo não forneça muitas dicas de como usar essas armas contra esses inimigos, saber o que equipar faz toda diferença, mas essa é uma descoberta que você terá de fazer quase que sozinho.

Os primeiros inimigos, que deveriam ser teoricamente os mais fáceis, oferecem a mesma dificuldade que outros que encontraremos mais adiante no jogo. Isso também serve para os primeiros chefes do jogo, a sensação que temos é de que os inimigos são muito mais fortes, mas caso você consiga lidar com isso inicialmente, essa sensação abrandará, e no mínimo, nos sentiremos em pé de igualdade com os inimigos regulares. Felizmente, o jogo é generoso com os pontos de controle, deixando a morte menos frustrante, isso porque mantemos nossos itens de cura e os inimigos derrotados não têm respaw, uma escolha que privilegia os jogadores que procuram uma experiência menos punitiva, como encontrado nos games da franquia Souls, por exemplo.

Para quem curte um desafio extra, o jogo conta com conquistas e troféus, sendo uma ótima alternativa para quem gosta de entender a diversão. São 1000G ou 44 troféus, com uma avaliação Hard para que cogita coletar tudo, seja no Xbox, Steam ou PlayStation.

Skelethrone: The Chronicles of Ericona — Vale a Pena?

Após horas jogando, não consigo ver motivos para não recomendar o jogo positivamente. Está longe de ser uma obra que se tornará referência para outros jogos do gênero, mas nem de longe, Skelethrone: The Chronicles of Ericona é um jogo ruim. Com ótimas escolhas gráficas, e uma ambientação muito bem adequada ao gênero soulslike/metroidvania, o jogo agrada logo na primeira olhada.

Existem alguns problemas de gameplay que podem frustrar o jogador mais casual, principalmente nas primeiras horas do jogo. Entretanto, com um pouco de dedicação, os pontos fortes vão aparecendo, e o fator punitivo, que não é alto, fica no passado. Entendendo que estamos diante de um jogo cadenciado e que visa mais estratégia que ação, a diversão fica mais perceptível.

A mescla da dificuldade do combate, com inimigos impiedosos e sempre equivalentes, com um sistema de pontos de controle generosos e sem respaw de inimigos, trazem a sensação de que sempre é possível seguir em frente. Se você é fã do gênero ou da ambientação sombria, Skelethrone: The Chronicles of Ericona trará boas horas de diversa, ou até mesmo, se você procura uma nova experiência no gênero soulslike.

Esse jogo foi cedido gratuitamente pela Keymaler — Agradecemos a cortesia.

Skelethrone: The Chronicles of Ericona | REVIEW

Gráficos - 7.5
Jogabilidade - 6.5
Diversão - 7
Som - 6.5
Dificuldade - 8
Fator Replay - 7

7.1

Bom

Com um clima sombrio e niilista, Skelethrone: The Chronicles of Ericona agradará o jogador que busca uma dificuldade mais apurada sem ser punitiva. Ainda que com alguns problemas no combate e escolhas de level design, Skelethrone: The Chronicles of Ericona é uma ótima escolha para quem procura uma nova experiência soulslike/metroidvania.

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Marcelo Souza

Apaixonado por jogos e consoles desde 1990. Quando não esta escrevendo em algum site de games, esta jogando ou ensinando o Felipe a jogar.

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