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Paradise Killer | REVIEW

O Paraíso está em perigo. Um assassino misterioso assassinou todo o Conselho na calada da noite. Há suspeitos por todo lado, todos com sobra de motivos para querer o Conselho morto, mas caberá a você a missão de desvendar essa trama maluca nesse mundo distópico e encontrar o verdadeiro assassino, ou melhor, o Paradise Killer.

  • Jogo: Paradise Killer
  • Desenvolvedora: Kaizen Game Works
  • Publicadora: Fellow Traveler
  • Lançamento: 16 de março de 2020
  • Número de Jogadores: Single-player
  • Gênero: Mystery Adventure
  • Plataformas: PS4, PS5, XONE, XSXS, SW e PC
  • Site Oficial: Aqui

Apresentação

A desenvolvedora britânica Kaizen Game Works foi fundada em 2018 com o objetivo de criar jogos diferentes do convencional, jogos com ampla liberdade criativa. Jogos que eles queriam muito jogar. E eles devem gostar muito de jogos malucos, porque começar logo com Paradise Killer não é pra qualquer um. Paradise Killer foi o primeiro game desenvolvido pelo estúdio, e foi lançado em setembro de 2020 para Nintendo Switch e PC. Lançando agora, em março de 2022, para os consoles da Sony e da Microsoft, Paradise Killer conhecerá um novo público. E mexerá com a cabeça de muita gente!

Problemas no Paraíso

Temática

Como você imagina o paraíso? Por acaso envolve deuses, alienígenas, lunáticos e ataques terroristas de demônios? Pois é assim que funciona o paraíso em Paradise Killer. Paradise Island é uma ilha paradisíaca (como o próprio nome diz…), feita para ser perfeita. Ou pelo menos planejada para tal. Os poucos habitantes da ilha fazem culto a alienígenas, usufruem da mais alta tecnologia e tentam viver em eterna paz e harmonia, até que algo dê errado. E algo SEMPRE dá errado. Mas não tem problema, é só recomeçar. Expurgamos a ilha inteira e façamos o paraíso 2. Depois o 3. E assim vai, até o paraíso 24. Quando o paraíso 24 também falhou, o paraíso 25 entrou em construção. Só que um pequeno problema aconteceu. Todo o Conselho do Sindicato, a organização que controla e governa os habitantes das ilhas paradisíacas, foi misteriosamente assassinado.

E é aí que entra Lady Love Dies, uma investigadora veterana que passou 3 milhões de anos presa (!), mas agora precisa voltar à ativa. A nossa protagonista precisa investigar, interrogar e descobrir quem foi o culpado de um crime tão hediondo. Velhos conhecidos, grandes amigos e intensas rivalidades estarão em seu caminho para descobrir a verdade. Mas o que é verdade e o que é mentira?

A história e as ações do game são propositalmente malucas e alucinantes. É tudo muito estranho, mas ao mesmo tempo tão bem feito que não é difícil se sentir imerso no universo criado para o jogo. O pano de fundo do game envolve humanos, androides, deuses, alienígenas, criaturas que são como animais em forma humana, demônios, todos interagindo entre si com suas diferenças, em um ambiente apocalíptico que tenta ser paradisíaco. Tudo é muito, mas muito maluco mesmo. E a trama principal do game não deixa por menos, nos apresentando uma série de personagens intrigantes e imprevisíveis, além de muito interessantes de se interagir e confrontar.

Quem Está Falando a Verdade?

Investigação

Paradise Killer é um jogo de investigação criminal. Um jogo de aventura e mistério como você já deve ter jogado, mas dificilmente terá se deparado com algo nesse formato. Você controlará Lady Love Dies em primeira pessoa, e imersa em um mundo aberto completamente explorável. Liberdade é a chave aqui, esqueça aquelas investigações lineares cheias de ordens pré-definidas. Você é que escolhe com quem vai falar, que perguntas irá fazer e quem irá acusar ao final.

Há muitos suspeitos, e cada um tem seus motivos particulares para querer ter cometido o assassinato. A trama é complexa, e os segredos que cada um esconde se acumulam cada vez mais. Como praticamente qualquer um pode ser acusado ao final do jogo, cabe ao jogador tentar acumular o máximo de pistas possível sobre cada um dos suspeitos.

Conforme explorar a ilha e conversar com as pessoas, descobrirá pistas. Essas pistas são computadas e armazenadas em um computador com uma excelente inteligência artificial, chamado Starlight. Por dentro dele, você poderá catalogar e categorizar cada pista, fazendo associação com os variados suspeitos, informantes e testemunhas do caso. As informações, pistas, provas e contradições são confrontadas no computador, mas as decisões sempre que toma é o jogador, nada vem mastigado.

Interrogação

Ao interrogar personagens, poderá fazer perguntas simples e também questioná-los com relação às pistas encontradas pelo cenário ou em conversas com outros personagens relacionados. Cada nova pista irá abrir novas abas do qual poderá interrogar cada pessoa. As novas informações se acumulam na forma de pistas e podem ser usadas para formular mais perguntas.

Além de simplesmente questionar as pessoas, podemos simplesmente ser amigável e jogar conversa fora. Usando essa opção com frequência, o grau de relacionamento da Lady Love Dies com as demais pessoas aumenta, revelando novas pistas de surpresa ou possibilitando outros tipos de pergunta. Interagir com os personagens, ser amigável e fazer amizades é o segredo para conseguir arrancar cada pedaço de informação deles e se aproximar da verdade.

Teorias da Conspiração

As pistas vão se acumulando e se misturando, conforme o caso vai ficando cada vez mais complexo. De início, cada suspeito apresenta seu álibi para o momento do crime, mas, conforme o caso é investigado mais a fundo, verdades vêm à tona e máscaras começam a cair. Começam a surgir teorias de conspiração, personagens até então inocentes se mostram mais macabros do que se imaginava, e tudo vira uma cadeia sem fim em que todos parecem estar de alguma forma envolvidos.

E esse clima é perfeito para o game, porque realmente qualquer um pode ser acusado! É interessante ver como o jogo intercala perfeitamente diversas teorias diferentes, e cada jogador poderá seguir a investigação para um rumo completamente diferente do outro. Cabe ao jogador organizar as pistas e formular o caso dentro de sua cabeça. A questão é conseguir provar seu ponto no julgamento final, por isso é bom explorar muito e ter bastante certeza do que irá afirmar. O jogo não tem tempo e você não será pressionado a encerrar o caso logo, então analise as pistas com cuidado e construa sua linha de raciocínio da melhor forma que conseguir.

Sempre Novas Pistas

No decorrer do game, encontrará Nightmare Computers. Esses são os quebra-cabeças mais simples e comuns do game. É apenas uma questão de olhar uma imagem pré-definida e tentar formá-la usando fragmentos de imagens. É tudo bem simples e intuitivo, coisa de bater o olho e achar a resposta, na maioria das vezes. Esses quebra-cabeças ajudam a destravar novas áreas e conseguir novas pistas, então vale a pena resolver todos os que encontrar.

Conforme adquire novas habilidades ao desvendar o crime, Lady Love Dies receberá novos poderes, que permitirão a ela resolver novos Nightmare Computers mais complexos. Como fazer amizade com as pessoas também desbloqueia novas pistas, o jogador irá receber novas informações o tempo todo, e informações inicialmente banais podem evoluir para pistas importantes que viram todo o caso de ponta-cabeça. São múltiplas possibilidades de rumos a se escolher.

Caos Paradisíaco

Exploração

A Paradise Island 24 inteira estará à sua disposição, e você poderá ir para onde quiser e bem entender. E quando menciono ir, não é abrir uma tela de seleção de locais e teleportar para lá, e sim realmente ir andando entre um local e outro. Além dos locais óbvios necessários para explorar, como a cena do crime, a casa dos suspeitos e tal, poderá explorar praias, bosques, montanhas e tudo o mais que estiver ao redor na ilha paradisíaca do jogo.

Para explorar a ilha, o personagem precisa de algumas habilidades, e para isso temos a função de pular, escalar e se agachar. São comandos básicos, mas o próprio jogo nos oferece uma série de escadas, plataformas escaláveis, elevadores e outros tipos de partes interativas do cenário para que possamos nos locomover. Poder pular um muro indesejado ou se agachar para passar por baixo de um objeto no cenário também é muito bem-vindo. Ainda temos uma lanterna que nos permite iluminar as áreas escuras da ilha para não nos arriscarmos em cair em algum buraco.

A ilha em que o jogo se passa é quase toda interligada. Há diversos caminhos, passagens secretas e caminhos escondidos entre uma localidade e outra. Com toda essa movimentação, é possível morrer? Não, não existe barra de vida, estamina, ou uma forma de se machucar. Lady Love Dies consegue cair de qualquer altura sem se machucar (mesmo do alto do maior edifício do jogo direto em uma rocha). Afinal, todos são imortais no game. Caso tente nadar muito longe ou mergulhe em uma área de águas profundas, tudo o que acontece é o jogo te colocar de volta no save point mais próximo, sem prejuízo. Então, o jogo não te impede de ser aventureiro e tentar escalar em tudo. Até porque você pode ser beneficiado com isso.

Orientação e Fast Travel

Mas toda essa liberdade possui um preço: se perder é mais fácil do que se imagina. Para complicar, o mapa do jogo não ajuda em quase nada. É possível ter uma ideia básica das localidades da ilha, onde estamos e onde temos que ir, mas como chegar lá, que é a parte mais importante de um mapa, não é possível pelo modo como eles planejaram fazer o mapa. Cabe ao jogador explorar e fazer o seu próprio caminho, seja por uma rua, nadando ou escalando uma montanha e descendo do outro lado.

Lady Love Dies possui uma visão especial em que ela consegue olhar ao redor e ver a localização de todos os personagens importantes, e a distância em que ele está de você. Mas essa noção de distância não ajuda muito quando tem uma montanha no meio, ou um precipício, e você tem de achar um jeito de dar a volta ou chegar até lá. Essa visão especial ajuda, mas nem tanto.

O game possui um sistema de fast travel que nos permite ir rapidamente de um ponto a outro do mapa, mas oferece diversas limitações. Para começar, temos de encontrar os telefones fixos espalhados pela ilha, que serão os nossos pontos de fast travel. Há muitos no jogo, às vezes até mesmo vários na mesma área, bem próximos um do outro. Eles tocam quando você passa por perto, para ficar mais fácil identificá-los ao explorar os cenários. É preciso não apenas encontrá-los, mas ativá-los, e para ativá-los é necessário gastar 1 cristal de sangue em cada. Sempre que quiser habilitar um orelhão como ponto de fast travel, terá de gastar 1 cristal de sangue. E para usar o fast travel em si, indo de um ponto a outra, existe um pagamento em cristais de sangue também. Como nada é de graça e dinheiro nesse jogo não é tão fácil assim de se obter, muitas vezes não teremos escolha a não ser ir a pé mesmo para os lugares, principalmente se for só para tirar uma dúvida com algum personagem e voltar.

Colecionáveis

Se ir de um ponto a outro a pé pode ser um pouco mais difícil do que se gostaria, se perder pode não ser uma experiência de toda ruim. Há muitos itens e colecionáveis escondidos pelo cenário, em pontos de difícil acesso e nos lugares mais inimagináveis. Explorar a ilha lhe renderá vários itens colecionáveis, que podem ir desde dinheiro (os cristais de sangue, moeda do game, podem ser encontrados espalhados por quase toda parte) até novas músicas, diários que contam a história dos locais, itens de arte e objetos que relatam acontecimentos inusitados da ilha, e muito mais. Vale a pena olhar dentro dos armários, embaixo das pontes, no alto das árvores, atrás das cercas, em todo o canto escondido pode ter algum item esperando para ser obtido.

Gráficos

O jogo é bonito em diversos momentos e caoticamente esquisito em outras. Para começar, vou falar sobre o design dos cenários. Os cenários são lindos. Bem coloridos, expansivos, meio quadradões, sim, mas explodem estilo. A extravagância da ilha, que é esperado pelo estilo exuberante e caricato dos personagens que nela vivem e pelo aspecto mágico e futurista do game, ficou muito bem representada. É claro que algumas texturas podiam ser bem melhores, algumas árvores e pedras ficam bem estranhas, e alguns efeitos poderiam ter sido melhor produzidos, mas no geral o visual do jogo impressiona. Impressiona mais por uma questão estética, pela beleza paradisíaca e disforme e design intrigante dos ambientes, do que pela execução propriamente dita.

Quanto aos personagens, eles são bem cartunescos. Inspirados nos desenhos aplicados em HQs, indo desde seres humanos até personagens humanoides inspirados em tudo quanto é tipo de animal (bode, touro, vaca, guaxinim, e por aí vai). O design de cada personagem é único e marcante, sempre combinando com a sua personalidade. As animações estáticas dos personagens é bem feita e nos permite ler bem o que ele está dizendo (ou está tentando nos esconder).

Trilha Sonora

Sonoramente falando, o game não decepciona em nada. As músicas são muito boas! São batidas tecno e futuristas que dão toda a ajuda necessária para a ambientação do local. O game possui um tocador de músicas integrado, com várias excelentes opções de música, que ficam tocando o tempo todo. É possível selecionar a música que quer ouvir, a ordem de execução, tudo nas opções do jogo. E explorando o cenário do game, encontrará torres de rádio contendo novas músicas para a seleção. Fora as músicas, o game também possui dublagem para algumas falas dos personagens (não todas) e diversos sons temáticos, muito bem produzidos. A cereja do bolo ainda são as músicas viciantes que tocam o tempo todo e dão toda a ambientação necessária.

As músicas do game foram compostas e arranjadas pelo compositor escocês Barry Topping, também conhecido pelo codinome Epoch. Epoch fez um excelente trabalho, vale a pena conferir suas criações no game. Inclusive, um CD com a excelente trilha sonora do game está disponível para venda (se estiver interessado, pesquise ou clique aqui). Só para constar, há muitos itens customizados de Paradise Killer à venda no site oficial, como camisas, pôsteres, stickers, sacolas, e muito mais. Se estiver interessado, é só clicar aqui.

Paradise Killer – Vale a Pena?

Fãs de mistério, órfãos de Return of the Obra Dinn, não chorem mais! Paradise Killer é um excelente jogo de investigação e mistério, seu enredo maluco e contagiante certamente vai prender sua atenção e você irá ficar martelando em sua cabeça: “Mas quem é o culpado? Quem está falando a verdade? Que diacho está acontecendo aqui afinal?”. Personagens carismáticos, excelente trilha sonora e uma trama cativante não te deixarão esquecer os mistérios de Paradise Island tão cedo.

Paradise Killer foi avaliado através de uma cópia gentilmente cedida pela Fellow Traveler – Agradecemos a cordialidade!

Confira também nossos outros reviews.

Paradise Killer

Gráficos - 90%
Jogabilidade - 90%
Diversão - 95%
Som - 100%
Dificuldade - 85%
Fator Replay - 100%

93%

Fãs de mistério, órfãos de Return of the Obra Dinn, não chorem mais! Paradise Killer é um excelente jogo de investigação e mistério, seu enredo maluco e contagiante certamente vai prender sua atenção e você irá ficar martelando em sua cabeça: "Mas quem é o culpado? Quem está falando a verdade? Que diacho está acontecendo aqui afinal?". Personagens carismáticos, excelente trilha sonora e uma trama cativante não te deixarão esquecer os mistérios de Paradise Island tão cedo.

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João Paulo Solano Lopes Filho

Sou um fã de videogames desde que me conheço por gente, principalmente de RPGs. Tento convencer os meus pais e a mim mesmo que não sou um viciado (acho).

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