Apesar de uma vida breve e com poucos jogos exclusivos, o Stadia ainda sim conseguiu ter alguns bons jogos exclusivos ao longo de sua difícil vida, um desses jogos é GYLT. O game da Tequila Works, nos apresenta uma jornada onde você enfrenta seus piores medos sendo confrontado com o impacto emocional de suas ações ao longo da jornada.
Com o fim do Google Staida, a Tequila Works está trazendo o jogo para o PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series e PC, uma ótima iniciativa para os muitos que não puderam conhecer o jogo, principalmente nós brasileiros que sequer tivemos a oportunidade de ter um Stadia oficialmente. Dito isso, conheceremos um pouco mais de Gylt na nossa review.
- Desenvolvedora: Capcom
- Publicadora: Capcom
- Lançamento: 02 de junho de 2023
- Número de jogadores: 1 – (2 no mesmo console ou online)
- Gênero: Luta
- Plataformas: Playstation 5, Xbox Series S|X, Playstation 4 e PC
Situado em um mundo assustador e melancólico, GYLT é uma história sinistra que mistura fantasia e realidade em um lugar surrealista onde seus pesadelos se tornam realidade. Esconda-se de criaturas terríveis ou confronte-as enquanto encontra o caminho através dos desafios deste mundo perverso. Molde seus medos… Medo das formas.
A história por trás do game é bastante atual, sendo pauta de discussão entre diversos meios da sociedade. A personagem principal do jogo é Sally, uma jovem que está tentando encontrar sua prima desaparecida, Emily. Depois que os valentões da escola a fazem bater sua bicicleta, ela entra em um mundo de pesadelo com paralelos sombrios com seu bullying
Assim que iniciamos nossa aventura, percebemos a proposta de Gylt, colocando o jogador em uma jornada dramática, cheia de aventura com uma proposta artística muito bem feita. Apesar de apostar em um gênero, com sua base fiel de fãs, o jogo traz um sentimento de que já vimos isso em algum lugar. A ideia de uma garotinha em busca de algo ou alguém em uma aventura ambientada em locações hostís e com puzzles instigantes tem centenas de representantes nos consoles, mas nem por isso GYLT deve ser colocado como mais um jogo de aventura, a Tequila Gameworks tem algumas cartas na manga, ou no controle, sé é que podemos associar.
Um conto de terror para todos
Conhecemos os contos de terror pelas épocas em que foram lançados, desde os filmes dos anos 70 até os de agora. GYLT é um jogo de terror moderno e voltado para o público mais jovem, mas nem por isso deve ser ignorado pelos mais experientes como nós. A narrativa é dividida em duas histórias, e ambas têm seu toque de terror. A vida de nossa protagonista não é fácil, e quando ela sai desse cotidiano, nos aventuramos por ambientações com criaturas típicas dos contos de terror infantilizados.
Mesmo nos momentos mais tensos do jogo, ele continua com um toque de aventura infantil, como um conto de terror voltado para crianças, com monstros cartunizados e divertidamente animados. Além disso, o jogo tem uma curva de dificuldade muito bem direcionada, iniciamos o jogo de uma maneira inocente, e quando menos esperamos, estamos resolvendo puzzles mais complexos e descobrindo caminhos menos evidentes.
A verdade é que boa parte dessa dificuldade que transpomos, e direcionada pelo próprio jogo. Gylt impõe um caminho linear, onde por mais que as coisas estejam fora do lugar, o game praticamente mostra o que devemos fazer para conseguir seguir em frente. O mesmo padrão acontece para os inimigos de fase do jogo, apesar de oferecerem um pouco mais de dificuldade, ainda sim você saberá o que fazer, mesmo que custe um par de tentativas.
Os inimigos do jogo não são um ponto de dificuldade, por mais que você esforce para as coisas darem erradas ainda, sim, os inimigos são complacentes. Um dos pontos legais do sistema de batalha é que podemos usar de uma certa furtividade para acabar com os inimigos. Entretanto, o game insiste em evidenciar você, mesmo que você esteja em um canto escuro, abaixado atrás de uma pedra com seu inimigo de costas para você. A impressão que fica, é que apesar da pouca iluminação, os inimigos conseguem nos ver como se estivéssemos abaixo do sol tocando uma buzina de trem.
Para os amantes de troféus e conquistas, o game oferece essa possibilidade de maneira criativa. São um total de 22 conquista que caso sejam coletadas na totalidade, o jogador receberá o cobiçado troféu de platina no PlayStation ou os 1000G no Xbox. A maior dificuldade para tanto, está em conseguir todos os diários do jogo e livrar todos os habitantes, para maiores detalhes, confira nossa lista de troféus do jogo.
A formula certa
A Tequila Works foi ousada em lançar GYLT em 2022, apresentando uma gameplay já bem conhecida dos jogadores e convenhamos, um gênero com representantes de peso já consagrados no mercado. Diante disso, é notável a capacidade do game em ainda sim surpreender os jogadores já acostumados com grandes jogos desse seguimento, que ainda, sim, encontraram muitas novidades em GYLT.
Boa parte desse carisma do jogo, vem de uma série se mecanismos e técnicas bem conhecidas, emprestadas de outros jogos. Um bom exemplo de como o game diversifica suas inspirações, é quando chegamos em um determinado local, se você jogou Silent Hill ou mais recentemente The Last of Us, será imediatamente transportado para lembranças desses jogos. Confesso que achei isso bastante interessante, pois ao ligar GYLT a esses games que muito provavelmente muitos jogaram, a Tequila desperta um interesse aina maior do jogador para saber o que mais encontraremos pela frente.
Um bom exemplo disso é a imagem abaixo, se você teve a oportunidade de jogar a franquia Bioshock, muito provavelmente vai se lembrar de algo parecido com a imagem abaixo, já que é um momento providencial em um dos jogos.
A parte sonora do game chama a atenção, colocando o jogador sobre uma sistemática tensão, você vai se sentir em um filme de suspense. Vale ressaltar que essa qualidade não é por acaso (quase nunca é), A trilha sonora de GYLT foi produzida por Cris Velasco, mesmo compositor de grandes games como Mass Effect, God of War, Overwatch, Bloodborne e Resident Evil Graficamente. Se Gylt é um game que não ousa, e apenas segue o curso das coisas, ainda sim o faz com qualidade exemplar, o que torna tudo mais divertido.
Entretanto, quando notamos a narrativa do game e seu toque de terror, o game evidencia sua personalidade moderna e intrigante, deixando o jogador mais confortável. Ao usar a formula que já deu certo em outros games, somando a detalhes de uma narrativa moderna e fantasiosa, a Tequila conseguiu criar um game que não inova, mas que também não é uma cópia de outros jogos, o balanceamento ficou perfeito e deixa GYLT muito divertido.
Nos momentos mais importantes da história, o game apresenta imagens desenhadas como em HQs, ficando ainda mais com um clima cartunizado. Apesar de não termos uma dublagem localizada, todos os textos estão em português. Existem alguns erros na tradução, não é nada que vá atrapalhar a compreensão da história, mas é uma bola fora.
Ainda falando sobre a gameplay, o game é bastante generoso com informações, temos um mapa bem completo a nossa disposição, com tudo muito bem explicado. Você saberá detalhes sobre tudo que está na locação referente ao mapa, e para facilitar ainda mais, saberemos até mesmo onde devemos ir. Ao pegar um determinado item, o mapa mostrará automaticamente onde você deverá usar esse item. Além disso, temos um contador com tudo que encontramos nesse mapa, como os itens e colecionáveis, por exemplo.
GYLT – Vale a Pena?
Ainda que seja uma experiência datada e com diversos concorrentes, não consigo ver nenhum motivo para não recomendar Gylt ao todos. Games indie em muitos casos são muito bem vindos, e ficam ainda mais atrativos.quando mesclam aventura, terror e puzzles de uma maneira criativa. O game conta uma história de terror leve e envolvente, deixando o jogador confortável, se você esta proporcionando Gylt a uma criança, a narrativa fica ainda mais intrigante e misteriosamente curiosa. Lembrando que o game é indicado para jogadores com 12 anos ou mais.
Gylt estava escondido até agora nos porões do Stadia, com outros poucos bons jogos exclusivos do console, sendo a prova viva de que outros jogos com a mesma qualidade devem estar escondidos em outros sistemas que duraram pouco no competitivo universo de hardwares de videogame. GYLT deve ser encarado como um game que pode tanto agradar fãs que já conhecem todos os estilos que o game aborda, como puzzle, stealth, plataforma e narrativa, como também uma experiência que irá aguçar a curiosidade dos gamers, sejam por ser novatos ou por serem jovens demais, a experimentar outros tipos de jogo desse gênero, como Stray, ou Brothers: A Tale Two Sons, por exemplo.
De qualquer forma, ele está disponível agora outras plataformas, e mesmo que não seja uma experiência obrigatória, é sim um game que se conferido, não trará decepções.
- GYLT foi avaliado no PlayStation 5 por meio de uma chave cedida pela Tequila Works
GYLT | REVIEW
GRÁFICOS - 7.5
JOGABILIDADE - 7.5
DIVERSÃO - 7.5
SOM - 7
DIFICULDADE - 6.5
FATOR REPLAY - 6.5
7.1
Bom
GYLT é um game indie que agradará tanto aos jogadores mais experientes quento os mais jovens. Com uma história de terror leve e puzzles divertidos, o game é divertido e atual, e ainda, sim, presenta o que há de melhor nos melhores jogos do gênero.