Mai: Child of Ages é um jogo de aventura 3D focado na exploração, com alguns combates que lembram jogos hack and slash. O jogo foi lançado pela Chubby Pixel em 18 de setembro de 2025, o jogo aborda as fases da vida da protagonista, com uma narrativa suave e fantasiosa. Confira nossas impressões do jogo abaixo.
Descobrindo um novo mundo
A narrativa do jogo é ambientada em um mundo pós, guerra, mas não espere ver cenários catastróficos ou uma invasão de mortos pelo jogo, muito pelo contrário. Em um cenário de fantasia, como nos contos infantis, a protagonista, Mai, viaja no tempo ao lado de seu avô, munida da misteriosa Pedra Uroboro, para desvendar o que levou a humanidade à ruína e enfrentar criaturas metamórficas que ameaçam desequilibrar o universo.
O jogo tem bons gráficos, com um estilo artístico infantilizado, lembrando alguns trabalhos da pixar para o cinema, por exemplo. Mesmo assim, o jogo ainda conta com um certo clima de mistério, aliado a fantasia e a sensação de estarmos em um conto. Tudo é suavemente colorido, e mesmo nos ambientes mais hostis, o jogo não tenta passar a sensação de ameaça, não se você tiver mais de 16 anos. Tenha sempre em mente que Mai: Child of Ages é um jogo com classificação estaria para 10 anos.
Durante sua aventura, terá de explorar diversas locações de cavernas amiguíssimas, com estalactites, ruínas arqueológicas cobertas por vegetação, até fábricas abandonadas corroídas pelo tempo e ambientes submersos. Quando falamos do clima de mistério do jogo, essa sensação vem dos cenários que passam uma leve sensação de abandono, aquela que você teve quando foi no mercado comprar refrigerante sozinho pela primeira vez.
A iluminação e os efeitos visuais ligados à manipulação do tempo, como congelamento de objetos ou distorções temporais, são particularmente eficazes para reforçar a ambientação. Infelizmente, conforme você avançar no jogo, terá de lidar com falhas na jogabilidade, principalmente quando precisar executar saltos mais precisos ou executar algum quebra-cabeças mais elaborado. Mesmo nos combates, o controle não ajuda, principalmente por passar a sensação de rigidez, como se a personagem estivesse amarrada.
A câmera também atrapalha em alguns momentos, desfavorecendo para o jogador conseguir enxergar passagens ou itens na tela. Foram vários os momentos em que fiquei perdido por não enxergar uma passagem mediante uma parede. Isso também está relacionado a paleta de cores, pois algumas escolhas atrapalham a identificação dessas passagens e objetos. Como estamos falando de um jogo que pretende cativar crianças, algumas escolhas gráficas deveriam ser no intuito de privilegiar facilidades para esses jogadores.

As inerentes dificuldades do aprendizado
A progressão no jogo é muito suave, com Mai aprendendo novas habilidades conforme você segue no jogo. Diante disso, o que era uma ameaça no início do jogo, deixa de ser conforme você cresce no jogo. Tudo acontece de maneira gradual e lúdica, como quando Mai aprende a nadar, por exemplo. Nesse ponto, o jogo tenta trazer algumas influências de jogos metroidvania, mas são influências bem singelas, e só são perceptíveis para jogadores que já tenham uma “bagagem” em jogos do gênero.
Esse aprendizado melhora bastante a diversão no jogo e abre um leque de possibilidades, mostrando com mais ênfase a sensação de exploração no jogo. O mesmo acontece nos combates, que ganham um pouco mais de complexidade, e transmitem bem a sensação de evolução. Entretanto, quanto mais o jogo exige do jogador, mais evidente ficam as deficiências dele, seja no combate ou na exploração.
Espere encontrar diversos tipos de quebra-cabeças, mas o diferencial está quando o jogador passa a usar a manipulação do tempo. Mai pode usar a Pedra Uroboro para congelar objetos, reescrever certas ações do passado, etc. Isso adiciona uma camada de estratégia que vai além de saltar e atacar, pisar e empurrar que marca o início do jogo. O mesmo não acontece no combate, apesar de sofrer algumas mudanças, a sensação de evolução é lenta de deixa o combate moroso.
Conseguir novas habilidades para explorar as áreas favorece o jogador mais detalhista, pois você poderá conseguir alguns colecionáveis, como por exemplos, partes da história que detalham os acontecimentos. Não espere encontrar segredos que mudem ou entreguem poderes extraordinários a Mai, esses complementos da exploração visam somente aumentar a duração da gameplay, um subterfúgio meio vazio, mas está lá, caso você queira explorar.

Explorando em qualquer lugar
Mai: Child of Ages também está sendo lançado no Nintendo Switch, sendo também um jogo Verificado para o Steam deck — o que já indica que o título roda bem no dispositivo, com suporte nativo e otimizações visuais e de controles. O jogo mantém todos os aspectos da diversão quando você joga em um dispositivo móvel.
A desenvolvedora Chubby Pixel ressaltou que o jogo foi adaptado desde o início para consoles portáteis como o Switch, facilitando no Steam Deck. Isso ajudou para a experiência ser confortável, com boa taxa de quadros, chegando a 60 fps mesmo em configurações mais altas, como jogar na resolução de 1280, a mais alta, por exemplo, campo de visão equilibrado, e controles responsivos, nesse último caso, faltou um pouco mais de precisão.
Além disso, por ter requisitos de sistema relativamente modestos, exigindo somente 2 GB de RAM no mínimo, 4 GB recomendados, o jogo tende a não sobrecarregar os componentes do Deck, resultando em menores chances de queda de desempenho ou sobreaquecimento pesado, mesmo em sessões mais longas. Isso preserva a bateria do aparelho, mantendo o jogador mais tempo no game mesmo em seções onde não poderá carregar a bateria.

Mai: Child of Ages — Vale a pena?
Uma aventura leve para todas as idades, que oferece uma gameplay suave, Mai: Child of Ages é um jogo despretensioso que mira no público infantil e/ou casual. O potencial do jogo está em oferecer uma diversão com uma dificuldade leve e com progressão lenta, com quebra-cabeças simples e inimigos quase que inofensivos. Em contra-partida, a jogabilidade não é apurada, e algumas features técnicas, como a câmera, não respondem bem em alguns momentos. A compatibilidade com o Steam Deck abrange outro público e abre um leque maior de possibilidades, mas não que mude o cerne do jogo.
RESUMO
Com uma proposta lúdica, Mai: Child of Ages é um jogo divertido e casual. A jogabilidade não favorece uma gameplay dinâmica, mas com bons quebra-cabeças e bem adaptado para PCs portáteis como o Steam Deck, o jogo deve agradar o público mais anfantil e jogadores casuais.
Pontos positivos.
- Proposta lúdica
- Verificado para Steam Deck
- Progressão suave
Pontos negativos.
- Jogabilidade truncada
- Câmera atrapalha em alguns momentos
- Pouco incentivo para exploração