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Imp of the Sun | REVIEW

Imp of the Sun conta uma história inspirada nas lendas peruanas usando o formato adorável dos metroidvanias. O game de estreia da Sunwolf Entertainment, lançado esse ano para as principais plataformas do mercado, promete deixar a marca da desenvolvedora do gênero. Vamos conferir tudo o que Imp of the Sun pode nos oferecer.

Imp of the Sun Cover
  • Jogo: Imp of the Sun
  • Desenvolvedora: Sunwolf Entertainment
  • Publicadora: Fireshine Games
  • Lançamento: 24 de março de 2022
  • Número de Jogadores: Single player
  • Gênero: Platformer
  • Plataformas: PS4, PS5, XONE, XSXS, SW, PC
  • Site Oficial: Aqui

Apresentação

A Sunwolf Entertainment foi fundada em 2020 com o objetivo de unir profissionais da arte com profissionais renomados da indústria dos games. Seu primeiro projeto foi Imp of the Sun, um jogo 2D de plataforma estilo metroidvania claramente inspirado em grandes nomes recentes do gênero, como a série Ori. Cenários bonitos e coloridos, vilões terríveis e tudo o mais adornam o game.

Campeão do Sol

Imp of the Sun Imp

Lendas Peruanas

O Império do Sol governava a todos com luz e tranquilidade, quando os 4 Guardiões roubaram o poder do sol. O Grande Eclipse ameaça colocar todo o planeta sob o domínio das trevas e da escuridão. Em meio a tamanha tragédia, Sol nos mandou seu guerreiro, seu campeão escolhido: o Imp of the Sun, ou Diabrete do Sol. Nossa missão é simples: derrotar os 4 Guardiões, recuperar o poder roubado do Sol e acabar com o Grande Eclipse.

Inspirado nos contos peruanos e com toda a temática das lendas indígenas peruanas, Imp of the Sun irá contar uma grande história em meio a muita aventura.

Metroidvania

O game é um metroidvania 2D, então deve imaginar como se joga. O diabrete corre lateralmente, pula, bate e escala. O sistema de movimentação é muito semelhante a (e muito provavelmente inspirado por) Ori, a série de jogos metroidvanias disponível para Xbox, Switch e PC.

Logo de cara, você terá as quatro fases do jogo disponíveis a partir da cidade central do game. Você pode escolher se vai para a Floresta, a Montanha, o Deserto ou o Inframundo. A ordem não importa muito, e cabe ao jogador escolher. Cada local terá inimigos específicos, que exigirão habilidades diferentes por parte do jogador.

Conforme adquire novos poderes, como saltar em paredes ou atravessar obstáculos, novas áreas das fases se tornam disponíveis para exploração, e é possível avançar cada vez mais nas fases. Não será possível explorar 100% de uma fase sem usar as habilidades que só serão adquiridas em outras fases, ou seja, terá de fazer um baita vai-e-vem pelas fases se quiser coletar tudo. Como todo metroidvania faz, na verdade.

Gráficos e Trilha Sonora

O jogo é bonito, apesar de simples. Os poucos personagens no game são bem feitos, e o design das fases foi muito bem feito. São paisagens lindas e bem desenhadas. Tudo esboça a cultura peruana e suas vestimentas, instrumentos, deuses e paisagens. Só as animações que poderiam ter recebido um capricho maior, ficou aquém do potencial. E os efeitos visuais também parecem simplistas demais para os dias de hoje. Mas no geral o game é bem bonito.

Quanto à trilha sonora, ela foi desenvolvida pelo compositor peruano José Varón, amplamente experiente na parte de produção de músicas e trilhas sonoras para o cinema. Até mesmo por ser peruano, ele soube conduzir muito bem as músicas do game para se encaixarem perfeitamente na ambientação do jogo, que se passa nas lendas peruanas. Muitas flautas e batidas indígenas marcam tanto o combate quanto a exploração do jogo. O game não possui dublagem, então será sempre apenas a música que nos conduzirá pelo universo do game, e nesse aspecto foram bem feitos.

Vale mencionar ainda que o game está disponível em 10 idiomas diferentes, incluindo o nosso amado português brasileiro!

O Poder do Sol

Combate

O Diabrete golpeia os inimigos com sua arma, que parece uma pá. Seus golpes são inicialmente fracos, mas ele vai se fortalecendo conforme continua a aventura. Além do seu golpe padrão ganhar mais força e novos combos poderosos, ele também vai adquirindo novos poderes e golpes, como uma rasteira e um arremesso de lança.

O Diabrete possui uma barra de vida, que vai se esvaindo conforme recebe dano do cenário ou dos inimigos. Mas ele pode se curar a qualquer momento, usando seu poder para absorver o calor do ambiente, enchendo a vida. Acontece que, para se curar, ele precisa gastar uma energia chamada de Fogo Interior, que serve como a mana do jogo. Essa energia é reabastecida com o tempo sempre que o diabrete passa por perto de alguma chama, como uma tocha ou fogueira. Ou seja, se o ambiente for muito escuro e desprovido de luz, o Diabrete não conseguirá encher sua mana, o que irá limitar não só suas capacidades curativas como seus golpes de ataque também. Da forma contrário, se o Diabrete estiver do lado de uma tocha, ele ficará muito mais forte e terá suprimento infinito de mana, podendo usar seus melhores golpes sem problemas.

Evolução

Matando inimigos ou obtendo orbes de fogo, irá ganhar pontos de experiência. Esses pontos de experiência podem ser usados junto com o fantasma Qari para subir o nível do diabrete, ficando mais forte. Há três campos distintos de fortalecimento: Vida, que aumenta a vida do diabrete, Fogo Interior, que aumenta a quantidade de energia que ele consegue usar para se curar e usar poderes especiais, e Ataque, que aumenta o poder de ataque do diabrete. Tudo bem simples e direto. Cada campo possui 5 níveis de fortalecimento, e cada vez que fortalecer um nível, precisará de bem mais experiência para conseguir fortalecer mais um nível.

Além disso, o Diabrete consegue absorver o poder de alguns mini chefes. No meio das fases, aparecerão mini chefes com ataques poderosos e que precisam de alguma determinada técnica para conseguir derrotá-los. Quando conseguir derrotar esses mini chefes, irá obter novos poderes incríveis, como um em que ele consegue se transformar em fumaça, e assim ficar invulnerável e atravessar alguns obstáculos!

Desafio

Outra coisa que Imp of the Sun aprendeu com seus jogos de referência foi o fator desafio. Morrer é muito fácil no jogo, com poucos golpes terá de voltar lá do checkpoint. Os inimigos básicos do game não serão um grande obstáculo, mas conforme avança no game, começa a ficar bem desafiador. Enfrentar múltiplos inimigos ao mesmo tempo é bem complicado, ainda mais quando alguns deles atacam de formas diferentes e com tempos diferentes. O jogo é bem exigente de habilidade, e irá morrer muito até pegar o jeito, mesmo evoluindo o Diabrete para aguentar mais porrada e causar mais dano.

Os chefes e mini chefes, ainda por cima, serão um desafio à parte. Se as arenas de batalha com múltiplos inimigos não for suficiente, geralmente elas são seguidas de mini chefes. Eles precisam de vários golpes para serem derrotados, e possuem ataques poucos previsíveis e bem difíceis de se esquivar. Leva-se algum tempo para se entender o padrão de algum chefe antes de conseguir enfrentá-lo de igual para igual. E para piorar, sempre que morrer para um mini chefe, terá de voltar ao checkpoint e enfrentar todos os inimigos da arena novamente antes que o mini chefe apareça novamente.

Já os chefes propriamente ditos, os Guardiões que são os vilões principais de cada fase, são um espetáculo à parte. As lutas serão intensas, complicadas e duradouras, recheadas de história e com muito desafio. Não espere um combate fácil, precisará estar no ápice dos seus reflexos para conseguir enfrentar as longas batalhas contra chefes, muitas vezes com múltiplas fases e golpes novos a cada momento. Será o ápice do jogo, e é muito recompensador conseguir derrotá-los depois de várias tentativas.

Não Tema a Escuridão

Design de Fases e Quebra-Cabeças

E o desafio do jogo não vem apenas de inimigos e chefes. Cenários ficarão cada vez mais complicados de se transitar, com obstáculos cada vez mais hostis, como água (lembre-se, o Diabrete é feito de fogo), espinhos, plataformas que somem, e por aí vai. Os trechos de plataforma serão a maior parte do jogo, e apesar de o game começar bem simples em seus pulos e escaladas, logo verá cenários realmente grandes e com múltiplos caminhos.

As fases são extensas e divididas em múltiplos trechos temáticos, com vários caminhos interligados e atalhos. O caminho básico que leva ao chefão da fase nem sempre é fácil de identificar, pois o jogo não demarca muito bem seu avanço. Existe um mapa no game, e até mesmo fast travel entre pequenas áreas, mas é difícil saber para onde ir para avançar no game. Seja como for, seguindo por uma rota com certeza chegará a algum lugar, seja um novo item ou colecionável. O problema é depois tentar imagina onde pode ser que fique o caminho verdadeiro da fase.

Para avançar, terá de resolver quebra-cabeças o tempo todo. Sempre tem uma porta trancada com alguma chave escondida em um local bem pouco acessível, ou uma porta que exige uma alavanca que está no ponto mais afastado possível. Transitar sobre os desafios do jogo não será uma tarefa muito fácil, mas vai ficando mais fácil conforme se pega o jeito dos pulos e aprende novos poderes, sempre úteis. Alguns locais das fases até mesmo são inacessíveis sem poderes especiais.

As partes de plataforma não deixam a desejar para amantes do gênero, parecem simples mas exigem boa habilidade para conseguir ultrapassar os quebra-cabeças e chegar ao objetivo, e principalmente se quiser chegar a algum colecionável em específico.

Colecionáveis

No decorrer do game, encontrará estatuetas e outros objetos. Traga esses objetos decorativos para a Suyana, e será recompensado por cada um que trouxer, ganhando largas quantias de experiência. Vale muito a pena explorar cada parte dos cenários em busca destes colecionáveis.

Também poderá encontrar quipos. Quipos, caso não saiba, eram um método de comunicação usado pelos incas, muito antes do desenvolvimento da escrita. Quipos são cordas feitas com lã de lhama ou de alpaca e amarradas com nós diversos, colorizadas e enfeitadas com objetos diversos, como penas. Esses quipos carregavam mensagens, como se fosse uma carta, de modo que cada tipo de nó, desenho, cor ou objeto amarrado à corda representava alguma coisa. Era assim que os incas carregavam mensagens entre povos ou para o imperador. Voltando ao jogo, irá encontrar diversos quipos no jogo, e esses quipos podem ser lidos pela anciã do vilarejo. Os quipos contam lendas e histórias da cultura peruana e são uma grande contribuição artística e cultural do jogo para a sociedade moderna.

Conquistas

Caçadores de troféus e de conquistas não terão vida fácil no game. Mais uma vez inspirado por outros jogos do gênero, os desenvolvedores de Imp of the Sun capricharam na seleção de desafios para os troféus. Como se o desafio habitual de conseguir fechar o game não fosse o suficiente, caso o jogador queira obter todas as conquistas, ele terá de concluir o jogo no modo Eclipse, um modo especial do jogo em que tudo fica muito mais difícil, concluir o jogo sem morrer, concluir o jogo em menos de 3 horas, e concluir o jogo sem evoluir do nível 1. Será um desafio intenso, que com certeza vai desagradar os platinadores casuais (casuais, nem tentem!) e agradar os fãs do gênero. Afinal de contas, esse tipo de exigência está se tornando cada vez mais comum e uma referência do gênero.

Imp of the Sun – Vale a Pena?

Imp of the Sun é um bom metroidvania, desafiador e intenso na medida certa. Pode acabar afastando alguns jogadores casuais, levados só pelo estilo do jogo, mas irá cativar os fãs do gênero. Quebra-cabeças inteligentes, chefes difíceis e muito o que explorar. Quem curtir um metroidvania, sua dificuldade e seus desafios, não terá o que reclamar de Imp of the Sun, ele é um prato cheio que o manterá entretido por várias horas.

Imp of the Sun foi avaliado através de uma cópia gentilmente cedida pela Fireshine Games Agradecemos a cordialidade!

Confira também nossos outros reviews.

Imp of the Sun

Gráficos - 80%
Jogabilidade - 85%
Diversão - 90%
Som - 90%
Dificuldade - 95%
Fator Replay - 95%

89%

Imp of the Sun é um bom metroidvania, desafiador e intenso na medida certa. Pode acabar afastando alguns jogadores casuais, levados só pelo estilo do jogo, mas irá cativar os fãs do gênero. Quebra-cabeças inteligentes, chefes difíceis e muito o que explorar. Quem curtir um metroidvania, sua dificuldade e seus desafios, não terá o que reclamar de Imp of the Sun, ele é um prato cheio que o manterá entretido por várias horas.

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João Paulo Solano Lopes Filho

Sou um fã de videogames desde que me conheço por gente, principalmente de RPGs. Tento convencer os meus pais e a mim mesmo que não sou um viciado (acho).

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2 Comentários

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