Edge of Sanity | REVIEW

Edge of Sanity é um jogo de terror de sobrevivência em 2D desenvolvido pela Vixa Games e publicado pela Daedalic Entertainment. Apostando em um clima de terror e mistério, o jogo é inspirado no mito de Cthulhu, sendo ambientado no Alasca durante os eventos pós-segunda guerra, onde Estados Unidos e União Soviética travavam a Guerra Fria. Confira abaixo nossas impressões do jogo.

Gerenciando seus recursos e seus medos

o jogo combina uma narrativa perturbadora com mecânicas de gerenciamento de recursos, sanidade e escolhas morais difíceis. O jogador assume o papel de Carter, um membro de uma equipe de reabastecimento enviada a um laboratório remoto no Alasca, onde cientistas da organização PRISM realizavam experimentos obscuros. Ao chegar, Carter encontra o local abandonado e infestado por criaturas monstruosas, fruto de experimentos que despertaram forças arcanas. A história se desenrola em um ambiente de paranoia crescente, onde a linha entre realidade e delírio se dissolve, e os segredos da organização PRISM e do culto local dos Fierceclaw são revelados gradualmente.

A narrativa é conduzida por diálogos, documentos, espalhados e eventos traumáticos que afetam diretamente a sanidade de Carter. O jogo não se limita a um terror físico, mas explora o psicológico, com alucinações, visões de entidades cósmicas e decisões que testam a moral do jogador — como decidir entre enterrar um companheiro morto ou usá-lo como alimento para sobreviver.

Um acampamento em meio ao caos

Usando a clássica jogabilidade 2D com visão lateral, o jogador percorrerá cavernas, minas abandonadas e laboratórios em busca de suprimentos e sobreviventes, esse últimos, ajudando nosso sobrevivente a concluir suas missões com mais facilidade. Edge of Sanity possui uma dificuldade inicialmente balanceada, que aumenta gradualmente. Conforme você avança no jogo, a dificuldade aumenta exponencialmente, o que pode frustrar alguns jogadores. Gerenciar os recursos limitados não deixa muitas opções para o jogador errar.

Ademais, o ambiente é hostil, e cada missão exige planejamento, pois os recursos são escassos e a morte em uma expedição resulta na perda de todos os itens coletados. Todos os itens são importantes e devem ser coletados, pois terão um papel fundamental no jogo.

Boa parte da dificuldade do jogo se concentra no combate, os inimigos são inteligentes e na maioria das situações, o combate será desvantajoso. Para enfrentar esses desafios, o jogador poderá usar machados, pedras e armadilhas, mas as armas se degradam com o uso, incentivando a furtividade. Você pode consertar suas armas, mas isso exige recursos, que podem ser usados de diversas maneiras, colocando o jogador em dilemas a todo momento.

O primeiro item que você deve gerenciar é sua lamparina, ela é crucial para avançar nas minas e salas escuras do jogo, evidenciando inimigos e armadilhas, mas ela consome combustível, caso use demais, ficará sem esse recurso rapidamente. Inimigos têm fraquezas específicas (alguns temem luz, outros são cegos). Essas deficiências inimigas, aliadas a furtividade, exigem que o jogador seja estratégico e pontual, principalmente após avançar no jogo.

Usando um sistema de sanidade, você terá outra adversidade quando enfrentar os inimigos. Ao combater esses inimigos, ou até mesmo passar por eles furtivamente. Essa exposição gerará eventos traumáticos, afetando Carter mentalmente, desbloqueando traumas permanentes, isso afetará a jogabilidade, como alucinações ou buffs/débuffs situacionais, por exemplo.

Conforme você resgata e insere mais sobreviventes no acampamento, terá de lidar com essas pessoas, isso imputa em tomar decisões que nem sempre são fáceis, seja eticamente falando ou quando se refere ao gerenciamento de recursos. Essa parte pode ser frustrante, pois as informações fornecidas não são claras, designar tarefas exige atenção do jogador e até mesmo uma intuição, pois essas tarefas não ficam claras como podem ser executadas ou distribuídas. Tudo isso permite deixar Edge of Sanity ainda mais tenso, com a sensação de ameaça contínua e de que algo de ruim pode acontecer a qualquer momento.

Tenha receio do escuro

Com gráficos desenhados a mão, o jogo tem uma beleza exuberante e mantém a qualidade gráfica dos jogos que usam esse tipo de arte. Não espere por nada sofisticado ou que tente redefinir o gênero, tudo é muito simples, porém, muito bem executado e animado, deixando bonito e com uma identidade própria.

Os traços são bem definidos, usando traços fortes e ressaltando a personalidade dos personagens. Você notará que boa parte desses traços ressaltam as dificuldades que os personagens estão passando para sobreviver, evidenciando a vida rústica e difícil. As cores usadas são profundas, saturadas e muitas vezes escuras, reforçando uma sensação de isolamento, desolação e tensão, por exemplo.

Como um jogo de sobrevivência, o escuro faz parte da atmosfera, sendo fator preponderante para criação da atmosfera, e para tanto, os efeitos de luz também assumem um papel importantíssimo. Tudo isso enriquece a ambientação opressora e intimidadora que você encontrará em Edge of Sanity. Um ponto que pode incomodar é quando o jogador se encontra em ambientes escuros sem poder acionar alguma fonte de luz, isso dificulta muito as coisas.

Edge of Sanity — Vale a Pena?

Se você procura expandir sua oferta de jogos de sobrevivência, Edge of Sanity é uma ótima opção. O forte do game é oferecer uma atmosfera que deixa o jogador com a constante sensação de ameaça. A narrativa também é muito atrativa e segura o jogador no game.

Prós:

• Gráficos desenhados a mão
• Gerenciamento de itens e pessoas completo
• Clima de suspense e terror durante todo o jogo

Contras:

• Algumas funções do jogo não são explicadas devidamente
• Sem salvamento de progressão manual
• Dificuldade pose ser um intercílio para jogadores casuais

Confira o site oficial para mais informações.

Edge of Sanity foi avaliado mediante uma cópia de revisão para PC gratuita através da PressEngine.