The Ascent | REVIEW — Você consegue viver sem a corporação?

Sabe aquele game que chama sua atenção desde o primeiro trailer? Assim foi comigo e o game The Ascent, afinal de contas estamos falando de um game Sci-Fi com influência do gênero RPG. Como fã de games com essa premissa, logo de cara fiquei no aguardo do game para a nova geração de consoles, e agora isso acontece, para minha felicidade e a de muitos jogadores.

Agora que o game está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Series e PC, trazemos abaixo nossa review completa do game The Ascent.

• Jogo: The Ascent
• Desenvolvedora: Neon Giant
• Publicadora: Curve Digital
• Lançamento: 29 de julho de 2021 ( XSXS, Windows) / 25 fevereiro de 2022 (PS4, XONE, PC)
• Número de Jogadores: Single player / Multiplayer até 4 pessoas
• Gênero: Sci-Fi / Isométrico
• Plataformas: PS4, PS5, XONE, XSXS, PC
• Site Oficial: Aqui

Sobrevivendo ao Corporativismo

The Ascent tem uma ótima história, e atualmente é o melhor representante do gênero ‘cyberpunk’. Você vai se deparar com um game denso e com uma história muito bem detalhada e cheia de opções, que vão levar você a dezenas de histórias paralelas.

Seja bem-vindo à arcologia do mega Grupo Ascent, uma metrópole autossuficiente corporativa cheia de vida e cores que se estende até o céu e está cheia de diversas criaturas de todos os cantos da galáxia. Você é um trabalhador escravizado pela empresa que possui você e todo mundo no seu distrito, todos na mesma situação.

Entretanto, as coisas mudaram repentinamente. Um dia, durante uma tarefa de rotina usando suas habilidades com um cyberdeck, você de repente se vê em meio a um turbilhão de eventos catastróficos. O Grupo Ascent, a maior megacorporação do planeta, interrompe suas atividades de maneira inesperada por motivos desconhecidos, fazendo os sistemas de segurança automáticos enlouquecerem e deixarem de funcionar efetivamente.

Partindo desse evento, a sobrevivência do seu distrito está ameaçada: corporações rivais tentam tomar posse à força e sindicatos do crime tentam aumentar seu mercado negro de aprimoramentos, tornando o local inóspito. Você deve se armar, impedi-los de tomar o controle e embarcar em uma nova missão para descobrir o que começou tudo isso.

Você pertence à corporação. Consegue sobreviver sem ela?

Verdadeiramente ‘Cyberpunk’

Se tem algo que beira a perfeição em The Ascent é sua ambientação. Independentemente de você saber o que é o gênero ‘Cyberpunk’, ao começar a jogar, você vai saber exatamente o que o termo significa. Você vai sentir que está jogando um game do gênero literalmente. Chega a ser engraçado quando você imagina outros games do gênero, comparado a The Ascent. Não que os outros não consigam alcançar seu propósito, é que o game da ‘Curve Digital’ está à frente de muitos outros games.

A metrópole Veles é extremamente viva, complexa, colorida e com um ar de modernidade mal projetada. Vale ressaltar também o nome da metrópole em que se passa o jogo. A origem do nome Veles (que provavelmente não deve se referir a banda de rock extremo) é Eslavo. Veles é um deus poderoso que controla diversos domínios, dentre eles o submundo. O nome não poderia ser mais apropriado, pois a cidade é gigantesca, e pode ser vista até onde os olhos alcançam. Além disso, passear pelos becos da cidade nos mostra o quanto ela é ameaçadora, e como o caos está estabelecido.

A riqueza de detalhes impressionam, principalmente por não haver paisagens menos complexas. Esqueça qualquer coisa bucólica ou amena, a cidade é pulsante e cheia de mecanismos que nos remetem a todo momento que estamos em um ambiente séculos à frente. Além disso, Veles é suja, com cores extravagantes cheia de poluição e com habitantes de índole duvidosa.

Se você curte games com temática futurista, vai mergulhar de cabeça no universo de The Ascent. Isso porque o game consegue passar toda a imersão que um game do gênero Cyberpunk deve ter, e vamos confessar: entregar essa imersão não é uma tarefa fácil. Até as partes cômicas e non-sense não fogem da característica do game. Imagine enfrentar hordas inimigas com um capacete no formato de abóbora e ainda se sentir como o próprio Blade Runner! Ponto para a desenvolvedora que conseguiu manter a atmosfera do game do início ao fim.

O melhor de tudo é que os gráficos são apenas um complemento de tudo aquilo que The Ascent tem a oferecer. Entretanto, o game exibe uma qualidade gráfica e de iluminação que deixa games AAA no chinelo. Por mais que você assista a gameplays, ou veja imagens em alta qualidade, você só vai ter a dimensão da beleza do jogo em um monitor 4K rodando a 60 FPS. Isso no Xbox Series S|X e no PlayStation 5. No Xbox One e PlayStation 4, o game está bonito, mas sem a exuberância dos consoles da geração mais atual.

Outro fator que devemos destacar, é que não importa onde você vá no game, sempre vai haver NPCs dando mais vida ao local. Em alguns desses lugares, como na parte central de Veles, a população é mais densa ainda. Vale ressaltar também que você pode ter contato físico com todos esses NPCs. Em muitos games com NPCs, você poder bater de frente com eles, sendo que eles mal se mexem, em The Ascent todo contato e perceptível, é como se você empurrasse o NPC. Pode parecer pouco, mas esses detalhes é que tornam o game tão realista, esse capricho da desenvolvedora é louvável.

Um Toque de RPG na Gameplay

Apesar de não ser muito específico nesse aspecto, The Ascent oferece um bom grau de customização para seu personagem. Vale ressaltar que, já no início do jogo, você pode customizar basicamente seu personagem. Sexo, cabelos, cor da pele e algumas outras coisas podem ser ajustadas de maneira básica. Essa parte é apenas estética, você vai personalizar seu operário para a batalha um pouco mais adiante no game.

Você pode customizar suas armas, colete de proteção, vestes e capacetes. Essa customização não é muito detalhada, entretanto você vai poder observar os elementos mais efetivos, velocidade e grau de proteção geral. Esses itens podem ser comprados, e também são encontrados enquanto você pratica seu loot por Veles. Recolher tudo que você encontra é muito importante, já que boa parte de seu dinheiro vai sair dessa ação.

Ao matar inimigos, você vai ganhar XP, sendo que quando você sobe de nível, ganha postos que podem ser distribuídos por diversas opções como: manuseio de armas, energia vital, evasão e outros. Um ponto que achei incomum é que, mesmo você subindo a pontuação de determinado status, ele continua custando o mesmo valor. Não importa se você já usou 10 pontos em uma melhoria, ela sempre continua custando apenas 1 ponto. Isso torna as coisas bem fáceis na hora de elevar a pontuação de alguns status.

Ademais, o game conta com um mapa que sempre vai mostrar sua localização atual, e onde se encontra seu objetivo, seja a missão principal ou alguma missão paralela. Os inimigos também podem ser observados no mapa, e isso ajuda bastante, pois se você for atento, dificilmente vai ser pego de surpresa por algum inimigo. Mesmo que você morra, o game conta com sistema de checkpoints, não é possível salvar o progresso manualmente. Confesso que achei o sistema meio confuso, pois ao morrer, em alguns momentos somos transportados para lugares à frente do mapa, com inimigos por todos os lados.

Você também tem a possibilidade de usar o sistema de localização na tela, que vai direcionar você exatamente para o local da missão em andamento. Com isso, é impossível ficar perdido. Infelizmente, isso torna o game bastante fácil. Infelizmente, é uma realidade dos jogos que estão sendo lançados: tentar se localizar em um mapa que já mostra o objetivo não é suficiente, você tem de ter um sistema de rastreamento que indica em tempo real, na tela, igual a um GPS, onde você tem de ir. Como disse acima, infelizmente é a tendência da maioria dos jogos de hoje: quanto mais fácil, mais divertido. Uma pena.

Vale ressaltar que tive problemas ao inicializar um checkpoint. O jogo travou e tive de voltar para a tela inicial. Isso aconteceu algumas vezes, e confesso que foi bastante irritante. Aliás, sempre é irritante quando isso acontece, mas quando você está se divertindo, parece pior ainda. Entretanto, do meio do jogo para frente, isso parou de acontecer. Mesmo eu morrendo algumas vezes, o problema aconteceu apenas no início do game.

Ritmo Frenético, Porém Estratégico

Tiros e inimigos aparecendo de todos os lados, misturados com NPCs, sujeira, carros, letreiros em neon, construções desorganizadas e muito mais. The Ascent é um game com ação frenética. Você estará sofrendo uma chuva de balas a todo momento, e além disso, os monstros não param de perseguir você.

Durante esses combates você vai precisar usar um pouco de estratégia para vencer certos inimigos. Ao manusear sua arma, você pode usá-la mais baixa ou mais alta, e isso faz toda a diferença, pois se um inimigo está abaixado e você está atirando alto, não vai conseguir acertar. Além disso, você vai precisar usar o cenário a seu favor, se protegendo atrás de muros, lixeiras, bancos de praças e etc para evitar ser atingido.

Você vai precisar flanquear a todo momento, e quanto mais ágil você for nesse aspecto do jogo, maior vai ser a sua facilidade contra determinados inimigos no jogo. Algumas missões exigem alguma estratégia para serem cumpridas, entretanto, o game é generoso, e os checkpoints sempre acontecem quando você cumpre algum requisito de uma missão.

The Ascent não é um game muito longo, infelizmente. Entretanto, o jogo conta com diversas missões paralelas que vão fazer a diversão durar por mais algum tempo após você terminar a história principal. O problema disso é que infelizmente o game tem pouca variação de inimigos e combate, e isso acaba desgastando um pouco a diversão. Não chega a atrapalhar, mas depois que você entende o comportamento de determinados inimigos, fica fácil transpor os desafios. E como novos inimigos quase não aparecem, o game passa uma sensação de “já fiz isso muitas vezes…”

Compartilhando a Diversão

O modo cooperativo do game não é muito diversificado, e conta apenas com dois modos, e ambos se referem à campanha do jogo. Não temos nenhuma categoria de PVP no jogo.

Tudo se resume a terminar a campanha do jogo, seja no cooperativo local ou online. Você vai poder jogar acompanhado de até 4 pessoas durante toda a campanha. Esperava um pouco mais do modo online, entretanto, ele é bem simples e não vai estender a vida do game após você jogar toda a história.

Se você tiver com quem jogar, já comece desde o início, a diversão pode ser maior. Confira abaixo nossa gameplay no modo single player, não deixe de se inscrever no nosso canal para acompanhar o que estamos jogando.

The Ascent – Vale a Pena?

The Ascent tem tudo o que um bom jogo de video game deve ter. Bons gráficos, boa música, uma jogabilidade funcional além de diversas possibilidades de customização do seu personagem. Além de tudo isso, o game tem o mais importante: é muito divertido. Com tudo isso, fica difícil não indicar o game para quem procura passar umas horas divertidas na frente do monitor.

O game tem alguns problemas (qual game não tem?) como a falta de diversidade de inimigos e uma dificuldade um pouco mais elevada. Além disso, passei por alguns bugs, mas nada que atrapalhe a diversão no longo prazo. Ainda temos o modo online, que dá um novo fôlego ao game depois que você termina a história principal, principalmente pela abrangência do multiplayer.

Vale ressaltar que se você já jogou o game em outras plataformas, como o Xbox Series S|X, você não vai encontrar nada de novo no PlayStation 5. Portanto, essa experiência vale apenas para quem ainda não jogou o game, não importa a plataforma. Ademais, o jogo é o mesmo lançado anteriormente.

Fico ansioso por uma futura continuação de The Ascent, principalmente devido à sua ambientação, diversão e qualidade técnica. Um grande trabalho da Neon Giant junto a Curve Digital. Recomendo a todos a experiência de The Ascent. Vida Longa à Corporação!

Gostou do nosso review? Não deixe de conferir nossos outros reviews, além da nossa seção de dicas e detonados.

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