Apostando no gênero Action RPG, com a inserção de elementos roguelike, Striving for Light é um game com uma gameplay dinâmica e deve agradar os fãs de ambos os gêneros, bem como jogadores ocasionais que querem conhecer novas iniciativas. Vale ressaltar que o game foi desenvolvido e lançado pela Igniting Spark Games, um estúdio de desenvolvimento formado por duas pessoas localizado na Alemanha. O jogo está disponível na Steam, e como não poderia deixar de ser, passamos boas horas com ele e trouxemos uma review completa, confira!
Entre a luz e a escuridão, adquira conhecimentos infinitos
O jogo se passa em um mundo sombrio, cheio de monstros e seres mitológicos. A narrativa se concentra em uma jornada, onde você é um escolhido para combater a escuridão que caiu sobre o mundo, restaurando uma cidade enquanto melhora sua árvore de habilidades. O mundo que o jogo se passa está em conflito, uma luta entre a luz e a escuridão. Durante sua jornada, você terá de coletar fragmentos para auxiliar a cidade, enquanto luta para conquistar outras terras.
Vale ressaltar que a narrativa é contada de uma maneira que deixa o jogador interpretar vários dos acontecimentos. Tudo é contado por meio de textos, exigindo que você tenha atenção a cada interação com os NPCs. Os textos são curtos e pouco profundos, dando enfase nos temas mais misteriosos. Infelizmente a narrativa não é o ponto forte, e os personagens, genéricos, o que é uma pena, pois a gameplay é forte o suficiente para que esses personagens pudessem ter um papel mais memorável no jogo.
Como um jogo que oferece uma gameplay quase que infinita, a desenvolvedora deveria ter colocado mais ênfase na história. O universo criado tem potencial para explorar e criar diversas opções paralelas, mesmo que fossem sem a profundidade necessária. No final do dia, a sensação que fica é de estar somente correndo para melhorar seu personagem, entretanto, sem uma narrativa que o empurre com mais afinco para isso.

A Força das cores
Como vem acontecendo com muitos jogos, Striving for light tem gráficos desenhados à mão, evidenciando um capricho inerente a arte. As cores são bem aplicadas em todas as áreas, deixando tudo muito vívido e com uma aspereza que combina com a temática do game. Algo interessante nesse tipo de desenvolvimento gráfico, é a identidade Indie que esses jogos, conforme os lançamentos de jogos com gráficos desenhados a mão aumentam abundantemente, ganham.
As masmorras do game são bem desenhadas e conseguem afastar a sensação de cansaço, algo comum em games do gênero roguelike. Ainda que todas as masmorras tenham o mesmo sistema, os inimigos e como você as explora tornam as coisas divertidas, seja por estar em masmorras no meio de uma floresta tropical, uma caverna de cristais ou até mesmo nos confins do centro da terra.
O único ponto que pode se destacar negativamente, é a saturação de cores em alguns momentos, principalmente quando existem muitos inimigos na tela. Alguns borrões se tornam evidentes nesses momentos, e ganham ainda mais visibilidade conforme você agrega mais habilidades as suas armas, como explosões ou chamas. As cores vividas ganham “vida demais” criando borrões, principalmente em certas combinações de cores, como laranja e vermelho. Isso fica evidente, principalmente, se você estiver jogando em PCs portáteis, como o Steam Deck, por exemplo.

Em termos de estabilidade gráfica, o jogo se comporta muito bem, mesmo em estações de jogos mais modestas, até porque, o jogo não exige nada de especial para funcionar bem. Rodando à 60FPS constantes, a gameplay é suave, e você, eventualmente, só sentirá alguma diferença quando estiver com muitos elementos na área, mas isso só será sentido pelos jogadores mais criteriosos e em momentos pontuais, como, por exemplo, em confrontos contra alguns chefes de área.
De galho em galho, uma nova habilidade
Combinando elementos de RPG, Roguelike e Hack n’ Slash, Striving for Light tem um sistema de batalha divertido, principalmente se você quer uma experiência com uma curva de aprendizado rápida e intuitiva. Esqueça as armas com combinações complexas ou gerenciamentos que exigem técnicas avançadas. Você inicia o jogo com uma arma de longo alcance e outra para combate corpo a corpo. Partindo disso, você estabelecerá estratégias, conciliando muitas armas nas muitas masmorras, tentando conseguir o melhor aproveitamento.
Ambas as armas possuem barra de estamina, residências e buffs próprios, sendo nesses aplicados aspectos, a maioria da estratégia de combate. Você pode mudar de arma a todo momento e combinar essa sequência de ataque, insere ainda mais estratégia na batalha, pois você poderá impor as duas condições aos inimigos, ou usar uma arma enquanto a outra carrega a estamina. Você ainda pode se concentrar em usar somente uma arma, deixando as coisas ainda mais simples, e divertidas, caso você seja o jogador que não quer nenhum tipo de complicação adicional.
Durante a exploração das masmorras, você enfrentará diversos inimigos, enquanto procura por chaves que abrem o caminho até o chefe local e consequentemente, a saída da área. Durante essa exploração, você ganhará pontos para usar na árvore de progressão, além de encontrar mercadores, baús e itens que vão desde acessórios que incrementaram suas armas com buffs. Conforme você avança no jogo, terá diversas oportunidades para se especializar em um tipo de combate, ou balancear ambos, o que exigê mais estratégia.
Falando sobre a árvore de progressão, é nela que Striving for Light se destaca, por aborda-lá diferenciadamente da maioria dos jogos. Em detrimento de usar o sistema de progressão comum, onde o jogador tem total controle das ramificações e seguimentos que quer seguir, Striving for Light tem uma árvore de progressão aleatória, gerando sempre novas ramificações a mediada que você sobe de nível. Subir de nível para maximizar seu personagem não fará sentido, pois você terá inevitavelmente de fazer melhorias que não se encaixam com suas expectativas, isso é um fato.

Essas instabilidade na linha de progressão, quase sempre, força o jogador a experimentar atualizações que provavelmente ele não escolheria se pudesse. Parece algo frustrante, mas conforme você começa a jogar e se adaptar, é algo desafiante e divertido. Você deve estar se perguntando quais os impactos dessas escolhas no jogo, certo? Conforme suas escolhas quase que de uma maneira ou de outra, você terá de escolher, algumas delas possuem menos impacto na gameplay, se comparadas a outros jogos do gênero. Essa é uma maneira de não punir o jogador que terá de passar por uma progressão que não o agrade.
De fato, devido ao sistema de aleatoriedade, a árvore de progressão é infinita, mas você continua limitado a evoluir entre ataques corpo a corpo ou a distância. Em contrapartida, você pode recrutar companheiros gerados por IA, mas isso pode ser mais um problema do que uma solução, pois esses companheiros de batalha nem de longe conseguem oferecer a mesma qualidade que você teria aplicando as melhorias em si. Ademais, esses aliados não conseguem ser efetivos, sendo um aspecto interessante, mas carece de melhorias para funcionar adequadamente. Você terá quase uma centena de armas exclusivas com estatísticas aleatórias podem ser atualizadas para lendárias e ascendidas por criação, além de oito personagens com árvores de habilidades de especialização únicas.
Por fim, o modo para dois jogadores em Striving for Light é focado no cooperativo local, permitindo que dois jogadores joguem juntos na mesma tela. Não há um modo online competitivo ou cooperativo com jogadores remotos. O jogo foi desenvolvido primariamente para um jogador, com a opção de adicionar um segundo jogador no modo cooperativo local, onde as ações de combate corpo a corpo e à distância são divididas entre os dois jogadores.

Se você pretende jogar em algum dos PCs portáteis disponíveis como o Steam Deck, o jogo se sai muito bem nesse caso. Confesso que passei a maioria do tempo jogando com um portátil e em nenhum momento senti qualquer diferença considerável para um PC de mesa. Poder jogar Striving for Light em qualquer local foi uma experiência divertida, pois o sistema de corridas se ajusta perfeitamente em partidas que não exigem tanto comprometimento do jogador. Ademais, com aparelhos cada vez mais robustos, colocar Striving for Light compatível com o Steam Deck já no lançamento foi uma aposta certeira da desenvolvedora.
Striving for Light — Vale a Pena?
Focando no público que curte RPGs, sejam no gênero roguelike ou Action, Striving for Light é um jogo honesto. O combate se torna desafiador e lidar com a árvore de progressão dinâmica deixa o jogo variado e com desafios constantes. Os gráficos agradam e a jogabilidade padrão não desagrada. A narrativa poderia ser melhor trabalhada, sendo mais um incentivo para o jogador. A inserção de companheiros controlados poderia ser uma boa ideia, mas infelizmente, não funciona bem. Striving for Light é um bom jogo, e deve agradar os jogadores, basta eles descobrirem que o jogo existe.
Prós:
- Gráficos agradáveis
- Árvore de progressão diversificada
- Compatível com PCs portáteis
- Cooperativo local
Contras:
- Falta de detalhes narrativos
- Personagens genéricos
- Desenvolver habilidades pode ser difícil
- IA não funciona bem
Confira o site oficial para mais informações.
Depersonalization foi avaliado mediante uma cópia de revisão gratuita através da Keymailer
Striving for Light | REVIEW
Striving for Light - 7.5
7.5
BOM
Striving for Light é um game típico para os adoradores do gênero. Sem inovar e com defeitos pontuais, o jogo deve agradar os fãs do gênero e quem procura expandir a biblioteca de jogos. A dificuldade pode atrapalhar, bem como a falta de personagens e narrativa mais apurada.