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Mostroscopy | REVIEW

Muita Lucha Libre e terror nesse game com a cara dos filmes B de terror dos anos 80

Jogos de luta tem tido cada vez menos lançamentos, se resumindo a alguns games que já possuem uma legião de fãs e lançamentos tradicionais. Com o desenvolvimento de jogos custando cada vez mais, fica difícil para as desenvolvedoras apostarem em novas experiências, colocando pequenas fortunas em risco. Entretanto, é da cena de desenvolvimento indie que surgem games com aquela pegada inovadora que você espera. Esse é o caso de Mostroscopy, um jogo de luta que aposta na estética dos filmes de terror e Lucha-Libre influenciado pelas festas dos Dia dos Mortos/cinema mexicano da década de 1950.

Com uma lista de jogadores mascarados no melhor estilo Lucha-Libre, o jogo aposta em uma mecânica simples, com uma curva de aprendizado rápida e intuitiva. Mostroscopy segue o caminho inverso da maioria dos jogos de luta, sem uma narrativa complicada ou personagens com um desenvolvimento complexo. Logo a primeira vista, notamos os gráficos que nos lembram uma mistura de quadrinhos com cinema, tudo com uma estética bem humorada, usando o terror como pano de fundo, mas não tanto com a intenção de assustar, mas sim satirizar.

Com 16 lutadores a sua disposição, cada um deles com características bem definidas, como El Fausto, um lutador que parece ter feito um pacto com demônios para conseguir seus poderes de lutador, Kitty, um ser que lembra um lobisomem com o poder de congelar seus oponentes e La Mujer Vampiro, uma criatura híbrida de vampira e lutadora. Esses são alguns dos personagens, que além de possuírem características tão distintas, são cheios de estilo.

Em termos de combate, não espere por nada que exija muita técnica, pois Mostroscopy aposta em um sistema de combate simplificado, deixando combos cheios de botões ou comandos alternados de lado, tudo é muito simples. Os jogadores usam somente três botões, aplicando ataques normais, bloqueios e ataques especiais. Basta o jogador posicionar o direcional e apertar algum dos botões para efetuar o comando, lembrando alguns jogos muito famosos que fizeram uso dessa mecânica.

Esse sistema agradará os jogadores mais casuais, sendo perfeito para quem procura uma partida rápida e descompromissada. O jogador consegue aplicar cada um dos golpes de cada personagem sem maiores problemas, mas ao mesmo que esse sistema privilegia a simplicidade, essa casualidade torna o combate muito raso, deixando a sensação de que tudo é muito superficial. Exigir algum aprendizado do jogador seria um ponto crucial para separar os jogadores, ao tentar agradar os jogadores casuais com um combate tão simples, a Dev esqueceu da técnica.

Durante as pelejas, o jogador terá um medidor que permite ativar um modo especial, que maximiza golpes especiais temporariamente. O jogador mais atento terá percebido que alguns personagens possuem um balanceamento desproporcional, sendo mais fortes que outro. Isso é normal nos jogos de luta, onde alguns personagens se destacam por serem mais fortes ou com golpes mais poderosos.

Ademais, personagens como Luzbelle, que abusa de projéteis rápidos e stunlocks e Kitty são desproporcionalmente poderosos, e se destacam por estarem muito à frente dos demais. Tudo isso junto, deixa a sensação que o sistema de combate deveria ter sido mais trabalhado, aplicando mais técnica e balanceamento. Em partidas mais casuais, o jogador não deve ter uma percepção alta desses aspectos, mas quando leva o jogo mais a sério, perceberá todos esses problemas.

Ainda que o jogo tenha uma simplicidade nos comandos, o jogador ainda pode ter dificuldade na execução. Isso devido ao timimg de execução confuso, principalmente com ataques que devem ser feitos durante um salto. Alguns ataques parecem sair sem que o jogador pareça ter o controle deles, evidenciando alguns problemas técnicos do jogo, já outros parecem mais difíceis de serem executados, mas, na verdade, é somente uma questão de encontrar o tempo certo de execução.

Ao iniciar o jogo, temos o tão tradicional modos Arcade/História, que se divide em uma campanha onde você terá de lutar contra os outros personagens, como uma pequena cena introdutória. Outro modo é o Versus, onde o jogador pode enfrentar outro em um PvP local, e somente isso. Você também pode assistir uma lutas no modo CPU vs CPU, mas isso não deve ser divertido. Por fim, temos o modo treinamento, local onde você poderá aprender golpes e combos.

Infelizmente, o jogo não conta com um modo online ou um modo de sobrevivência, ou qualquer outro, como um Time Attack. Esses modos poderiam manter o jogador mais interessado no jogo por algum tempo. Ao terminar a campanha, nada mais resta ao jogador que iniciar uma nova, já que não existe nenhuma outra opção caso você não tenha algum amigo para dividir o controle.

Graficamente falando, Mostroscopy se sobressai pelas cores vivas e personagens expressivos, mas o que de fato chama a atenção, são os gráficos que tentam representar toda a estética do que eram os filmes de terror nos ano 80, bem como o clima da festa do Dia dos Mortos mexicana. Os filtros de imagem colocados como features em alguns jogos que usam a temática retrô dos anos 80/90, aqui são intensificados e fazem parte da arte do game. Se você já assistiu filmes de terror dessa época, saberá bem do que estou falando.

Os ambientes são diversificados e combinam com o estilo gráfico do jogo, tudo está no lugar que deveria estar, ponto positivo para a direção artística do game. Mesmo quando temos as apresentações em duas cores, tudo funciona muito bem, sendo ainda mais intensificado pela trilha sonora. Essa por sua vez é um dos pontos fortes do game, com uma apresentação impecável. Ainda que eu possa destacar alguma faixa aqui, duvido que você não tenha a curiosidade de conhecer um pouco mais de cada uma delas, vale a pena conferir.

Mostroscopy – Vale a Pena?

Os lançamentos no gênero de luta não acontecem todos os dias, principalmente com uma proposta tão diferenciada, o que faz de Mostroscopy uma alternativa para quem deseja um jogo inovador, seja graficamente ou na jogabilidade. Os gráficos coloridos e com filtros de imagem tão específicos, são um atrativo a parte, o que deve agradar fãs de games ou filmes dos anos 80. A trilha sonora é um show a parte, deixando o game ainda mais divertido.

Infelizmente, o game tem uma qualidade de vida curta, principalmente devido à falta de um modo online ou mais opções, deixando o jogador somente com o modo campanha ou com o PvP local. Tecnicamente o jogo também pode não agradar, pois a ênfase está na diversão e no aprendizado rápido intuitivo. Mostroscopy, como a maioria dos jogos indies que ousam inovar, deixa a desejar em alguns aspectos, mas nem de longe é um game ruim e deve ter um novo lançamento, ao menos é o que eu gostaria de ver, e você?

Mostroscopy | REVIEW

Mostroscopy - 5.9

5.9

Regular

Apostando em um estilo com terror, quadrinhos e lucha libre e filtros que remetem o jogador a um filme de terror da década de 50, Mostroscopy é um game divertido, mas com uma qualidade de vida curta, devido à falta de um modo online para entreter o jogador por mais tempo. É divertido, mas não dura. Destaque para a trilha sonora.

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Marcelo Souza

Apaixonado por jogos e consoles desde 1990. Quando não esta escrevendo em algum site de games, esta jogando ou ensinando o Felipe a jogar.

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