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Space Adventure Cobra: The Awakening | REVIEW

Um bom jogo de ação e uma bela homenagem para os fãs da serie

Como não poderia deixar de ser, Space Adventure Cobra: The Awakening traz imensas influências do anime de mesmo nome, sendo um jogo de plataforma com uma ação intensa e cheia de estilo. O anime não é dos mais populares no Brasil, eu mesmo não conhecia até o lançamento do jogo, me obrigando a uma pequena maratona para entender um pouco mais do jogo. Ainda que você não tenha jogado ou assistido, quando o fizer, saberá que o jogo é necessário, devido a sua diversão intensa e alta qualidade. Dito isso, confira nossas impressões de Space Adventure Cobra: The Awakening.

Uma aventura colorida no espaço

Ainda que história não pareça muito convincente, ao começar, você será envolvido por ela, muito pelo carisma do protagonista, Cobra, um aventureiro espacial cheio de estilo e com uma aura de galã que esconde sua verdadeira identidade atrás de uma aparência comum. Para concluir sua aventura, você contará com um poderoso braço artificial chamado Psicoarma (Psycho-Gun), capaz de ser usado como gancho e disparar raios de energia controlados pela mente.

Vale ressaltar que a série Cobra já havia ganhado algumas entradas no mundo dos games, mas nenhuma delas conseguiu um grande destaque para além dos fãs do anime.

Ao iniciar o jogo, você estará diante de um anime jogável, com animações incrivelmente cativantes, que instigam o jogador a começar imediatamente a aventura. Muitos trechos das cenas foram tiradas diretamente do anime, deixando o jogo como uma homenagem ainda mais evidente. Você terá mais de 60 minutos de cenas durante os capítulos do jogo, tudo isso deixa a sensação de que estamos diante de anime jogável.

A maioria das cenas são introduzidas de maneira suave, mesmo quando estamos durante o jogo de fato. Elas servem perfeitamente para dramatizar algum momento ou achado importante. A maior vantagem das cenas é que elas sempre parecem importantes, fazendo o jogador pensar duas vezes antes de pular, mesmo quando elas são grandes demais. As cenas que estão presentes antes ou no final de cada capítulo são as maiores, bem como, as mais interessantes.

Infelizmente, o jogo não está localizado, o que significa que não temos nem legendas e muito menos, dublagem em português, o que realmente faz muita falta para quem não domina o inglês com alguma fluência. O fato de estarmos diante de um jogo que prioriza o diálogo e as cenas, não entender o que está acontecendo, tem um peso importante na diversão, principalmente porque o protagonista é cheio de estilo, e boa parte disso, vem das frases clichês que ele professa.

Outro fator que salta aos olhos é a direção de arte do jogo, muito bem executada, misturando píxel-art com uma bela dose de animação, lembrando grandes animes. Junte a isso, efeitos modernos que dramatizam a ação, deixando o game com um estilo retrô, mas sem deixar de lado aspectos modernos que encontramos em lançamentos. Os inimigos são ricos em detalhes e mesmo nos momentos onde muita coisa está acontecendo na tela, você consegue discernir exatamente quais são suas prioridades.

Muito disso vem da qualidade dos sprites, nítidos e com identidade própria, como quase tudo no jogo, diga-se de passagem. Com uma ambientação futurista retrô, os desenvolvedores optaram por usar uma paleta de cores mais saturada, usando contrastes em destaque em todos os planos do jogo. Como em quase todo jogo que usa píxel-art, o paralax está presente, sendo muito bem executado, adicionando uma dose certa de profundidade, o que evidencia ainda mais os acontecimentos do primeiro plano da tela.

Em alguns momentos, o jogo faz uma ótima transição de câmera, fazendo com que o jogo pareça ainda mais com um anime, colocando mais ação durante a gameplay. A interface é bem resumida, deixando a tela livre para o jogador curtir os efeitos gráficos e animações. Ainda que o jogo não exija muito para ter um bom desempenho, algumas quedas de desempenho podem acontecer, mas nada que estrague a experiência de fato.

Ademais, não podemos deixar de mencionar como o jogo ganha ainda mais diversão quando jogado em um dispositivo móvel como o Steam Deck. Space Adventure Cobra: The Awakening tem um ótimo desempenho no PC portátil da Valve, mesmo nas configurações mais altas. Os controles funcionam muito bem, não atrapalhando a ação do jogo. Mesmo na tela de LCD, o jogo está muito belo, o jogador só deve ter algum problema caso resolva jogar em ambientes muito iluminados.

O melhor exemplo de um “Action-anime-metroidvania”

O foco em Space Adventure Cobra: The Awakening é correr e atirar enquanto salta e desvia das investidas dos inimigos. Mas não é só isso, ou tudo isso. Conforme você avança no jogo, você perceberá elementos metroidvania durante sua exploração, que apesar de tímida, é funcional. Encontrar alguns itens que podem melhorar o desempenho de Cobra ajudam muito, principalmente ao avançar no jogo.

Os confrontos poderiam ser um pouco mais variados, principalmente porque as fases não são curtas. Os inimigos são praticamente os mesmos durante todo nível, a pouca variação que existe está em algumas máquinas e ataques diferenciados dos inimigos. A diversidade fica por conta do arsenal e habilidades que você descobrirá e, além disso, como você usa essas habilidades para se livrar dos inimigos, principalmente contra os chefes que estão presentes em cada final de fase.

Os inimigos aparecem em todas as partes da tela, forçando o jogador a ter o controle de apontar sua arma para o local correto. Em alguns momentos, isso se torna um problema, principalmente para jogadores menos habilidosos, pois correr, saltar, atirar e desviar em pouco tempo em meio a explosões, exige uma certa habilidade ou prática.

A curva de dificuldade é desbalanceada em alguns momentos, pois, ao mesmo tempo, em que você está lidando com inimigos regulares, você entra em uma sala com diversos deles, exigindo que você use todas as suas habilidades ao mesmo tempo. Existem inimigos que só podem ser atingidos com golpes físicos, outros precisam ter o escudo quebrado com um disparo específico para serem atingidos, forçando o jogador a usar todas as habilidades.

Das habilidades mais divertidas, manipular o feixe da arma é uma das mais cativantes. Você poderá usar esse feixe para atingir vários inimigos, ou pontos específicos para abrir portas ou conseguir itens importantes. Conforme você avança no jogo, essa possibilidade começa a ser usada com um puzzle, forçando o jogador a localizar esses locais para usar o recurso. Com influências do gênero metroidvania, você terá momentos com pequenos backtraking, mas nada que mude muito o caminho a seguir.

Enquanto o caminho é linear favorecendo a ação continua, a falta de pontos de controle onde você possa escolher onde começar após parar de jogar é um problema. A forma com que o jogo trata o sistema de progressão dos salvamentos é confusa, e os pontos de controle são distantes um dos outros, penalizando o jogador que terá um pouco mais de dificuldade. Muitas vezes você terá de passar algum tempo até chegar no local onde morreu para continuar, e repetir isso, atrapalha a diversão.

Não ter um mapa também é um problema, principalmente quando você percebe a dimensão dos estágios, que deixam a sensação de que algo pode ter ficado para trás. Além disso, você não tem a perspectiva se está próximo de terminar um estágio, deixando o jogador à deriva na gestão do personagem ou de encontrar algum item secreto. No final das contas, o jogador somente se pega correndo para frente sem sequer lembrar dos itens que podem melhorar o desempenho do protagonista.

O ponto forte em cada fase, é o encontro com os chefes, e percebendo isso, a desenvolvedora caprichou, colocando, em algumas fases, até mais que um deles, enfatizando esses momentos. Esses inimigos pontuais, conforme você avança no jogo, ficam mais difíceis, com uma quantidade maior de ciclos, diversificando muito o combate e exigindo habilidades diferentes do jogador. Você até pode sobreviver somente atirando e correndo, mas cada um deles exigirá que você tenha domínio de todas as habilidades, e isso torna o combate ainda mais divertido.

Apesar de divertido, o combate e as mecânicas usadas se tornam repetitivas conforme o jogo progride, não é um problema do jogo em si, pois o combate reflete exatamente a proposta do anime, mas isso não é suficiente para agradar quem não tem a série como referência. Isso também acaba trazendo outro problema, uma possível dificuldade em atrair jogadores alheios ao anime, eles até podem chegar, mas após as primeiras ótimas impressões, o jogo não consegue se desvencilhar delas, trazendo novidades fora do ambiente do anime.

Space Adventure Cobra: The Awakening — Vale a pena?

Ainda que seja uma homenagem ao anime de mesmo nome, Space Adventure Cobra: The Awakening é um jogo de ação com pitadas metroidvania que deve agradar à maioria dos jogadores. Mesmo que o jogador não tenha conhecimento da série, as cenas impactantes vão chamar a atenção, e devem ser o momento mais marcante, bem como a luta contra os chefes do jogo, sendo esses, os melhores momentos da aventura.

O ponto negativo fica por conta da falta de um mapa, onde o jogador pudesse ter informações sobre itens e pontos de controle durante os níveis. Os pontos de controle também são um problema, abandonar a aventura bruscamente, resultará, muito provavelmente, na perca do progresso. Space Adventure Cobra: The Awakening não é um jogo marcante, nem tão pouco ruim, é um ótimo exemplo de um bom jogo.

7.5
Space Adventure Cobra: The Awakening

CLASSIFICAÇÃO

Como uma homenagem ao anime de mesmo nome, Space Adventure Cobra: The Awakening é um bom jogo que poderia ser um pouco melhor, pois sua boa jogabilidade e gráficos bem construídos, ficam prejudicados em níveis longos devido a falta de pontos de controle e um mapa.

Pontos positivos.

  • Um anime jogável
  • Ação intensa
  • Bons combates contra chefes de fase

Pontos negativos.

  • Sistema de salvamento confuso
  • Falta de um mapa
  • Pontos de controle distantes nos estágios
— Jogo foi avaliado mediante cópia cedida pela Keymailer

Marcelo Souza

Apaixonado por jogos e consoles desde 1990. Quando não esta escrevendo em algum site de games, esta jogando ou ensinando o Felipe a jogar.

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