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Static Dread: The Lighthouse | REVIEW

Uma atmosfera de horror incognoscível em alto mar

Um farol em uma ilha no meio do oceano. Poucos temas são tão ricos para a criação de uma narrativa voltada para o suspense e o terror psicológico. Static Dread: The Lighthouse, desenvolvido pela Solarsuit.games e publicado pela Polden Publishing desafiará sua sanidade ao longo de 15 dias, tempo pelo qual você será a única coisa entre os navios e a costa rochosa de uma ilha, mas será somente isso?

Um conto de terror em uma atmosfera incognoscível

Poucos temas são tão ricos para criação de um conto de terror e suspense como se imaginar em uma ilha solitária no meio do oceano, em uma época de quase nenhuma tecnologia. Para enriquecer ainda mais essa narrativa, o que nos trouxe até a ilha de Outsmouth, foram eventos catastróficos. Nossa aventura acontece quando após um cataclisma global que resultou no colapso de boa parte da tecnologia como conhecemos, obrigando as autoridades portuárias reativaram um antigo farol, na esperança de manter os mares navegáveis em meio ao caos crescente.

Como bem sabemos, esse tipo de sinalização precisa de um trabalho braçal, e como esse trabalhador está em locais de pouca viabilidade de acesso, passar longos períodos enclausurado nessas construções é algo inerente a função. Nesse contexto, você é um guardião solitário, enviado para a ilha de Outsmouth, encarregado de cuidar do farol. Enquanto faz seu trabalho, você descobrirá que uma entidade antiga está lentamente ganhando força, tanto no mar quanto entre os habitantes, à medida que cultistas e acontecimentos estranhos começam a proliferar, influenciando mentalmente todas as pessoas. O destino dos navios que passam e da cidade vizinha agora está em suas mãos, bem como a sanidade de outras pessoas e a sua também.

Se não bastasse isso, você ainda deve lidar com a condição de estar longe de sua amada esposa e filha, que esperam por seu retorno.

A maresia que deturpa a sanidade

Seu objetivo no jogo consiste em uma rotina de trabalho simples, com alguns afazeres e alguma monotonia, em meio a situações duvidosas, misteriosas e entediantes, algo inerente a maioria dos trabalhos. Além de lidar com um chefe mal-humorado, sua obrigação principal é manter o farol funcionando e criar rotas seguras para os navios chegarem nos diversos em segurança.

O jogo é dividido em noites, e conforme avança nessas noites, você terá de lidar com eventos aleatórios ao orientar as embarcações. Os eventos paranormais se misturam a contrabandistas e mensagens interceptadas aleatoriamente no rádio. Guiar todos corretamente conforme as instruções do chefe, evitará descontos no seu salário e em alguns casos, podem reder até bônus financeiros.

A sensação de imersão é intensa, a cada mensagem interceptada ou recebida no rádio, você descobrirá que eventos paranormais e ameaçadores estão acontecendo no mar e no pequeno vilarejo. Pescadores que encontraram algo assustador, relatos de tripulação desorientada e animais marinhos com mutações são algumas das coisas. Enquanto recebe essas mensagens, você ainda terá de lidar com sua família, você contará a eles suas aflições nessa ilha estranha?

Ademais, você não estará sozinho nessa jornada, os moradores insistem em bater na sua porta para “curiar” seu trabalho. Além de receber seu salário e suprimentos a cada final de noite, os mercadores também ofereceram itens para você comprar, além de sempre contarem alguma história assombrosa. Essas pessoas têm um papel importante na narrativa, prestar atenção em cada palavra fará toda diferença na imersão.

Como um jogo de terror psicológico, os eventos paranormais estão sempre presentes, sejam nas luzes que se apagam no meio do seu turno ou em desenhos estranhos que insistem em aparecer por toda casa. Todos esses eventos mantém o jogador instigado a saber mais sobre o que está acontecendo, a mecânica não é refinada nem inovadora, mas funcional e agradável.

Os controles são simples, intuitivos e não deixam o jogador se equivocar. Senti falta de poder salvar o progresso a qualquer momento, principalmente quando estava jogando no Steam Deck. Ainda que a condição de compatibilidade seja desconhecido na página do jogo na Steam, Static Dread: The Lighthouse funciona perfeitamente no PC portátil, com textos bem legíveis e controles perfeitamente adaptados. Boa parte dessa review foi escrita enquanto jogava no Steam Deck.

Equivalência entre quatro paredes

O jogo se passa, em sua maioria, no interior do farol, e as poucas vezes que você sai dele, é para fazer algum ajuste para mante-lo funcionando. Os gráficos são bem construídos e com uma boa sensação de espaço, mas sem muita riqueza de detalhes e cores. Quase tudo se resume a sua mesa de trabalho e a porta de entrada, onde recebemos as visitas.

A falta de variação gráfica ao longo dos quinze dias que você passará no farol, aliado a reincidência de atividades, pode deixar o jogador menos atento a narrativa entediado. Por mais que cada interação com os navios e os eventos paranormais sejam relativamente diferentes, fora da narrativa, tudo parece muito igual. Ainda que a narrativa principal se mantivesse como é, seria interessante uma abordagem mais distinta para manter o jogador mais interessado na ação.

Você também terá poucas interações no farol, saindo da rotina, mesa de trabalho, porta e apagar alguns desenhos pela casa, pouco temos a fazer. Você terá de se alimentar, mantendo-se acordado e com os instintos básicos funcionando minimamente. Entretanto, isso acontece poucas vezes e de maneira bem simples. Ter a chance de cozinhar efetivamente ou ser obrigado se alimentar a mesa enquanto lida com o farol e as visitas, seria um meio bem interessante de impor mais opções e pressão a rotina do jogador.

Um bom exemplo disso foi a garrafa de café. Você compra o utensílio e uma garrafa de café gelado, entretanto, ambos ficam na mesma caixa onde são guardados os alimentos. Seria muito mais imersivo, a necessidade de usar ambos em um fogão, aumentando a sensação de imersão no jogo. Isso não atrapalha a diversão, mas até mesmo o jogador mais imerso na narrativa, se perguntará porque não lidamos de maneira mais natural com nossas obrigações além do farol.

Static Dread: The Lighthouse — Vale a pena?

Com uma gameplay atraente e descomplicada, associada a uma narrativa rica e bem construída, Static Dread: The Lighthouse é um jogo divertido, que consegue manter o jogador interessado, principalmente se estiver acompanhando a história com atenção. Embora o termo terror psicológico seja usado, ele não é o mais apropriado, eu acredito que o mistério esteja mais próximo da realidade, ainda que perturbações e visões atormentem o protagonista. Algumas interações poderiam ser mais abrangentes, expandindo as possibilidades no interior farol.

Com a dose certa de expectativa, Static Dread: The Lighthouse é um game muito bem construído e com potencial para agradar a todo tipo de jogador, principalmente os que procuram um game com uma dose elegante de terror e uma narrativa intrigante.

75
Static Dread: The Lighthouse

BOM

Com a expectativa certa, Static Dread: The Lighthouse será um jogo divertido. Com uma narrativa rica e envolvete, acompanhar a história passa a ser prazeroso. Pederiamos ter mais um pouco mais de interação com os objetos no farol, bem como, personagens mais envolventes.

Pontos positivos.

  • Narrativa envolvente
  • Curva de aprendizado facilitada
  • Compatível com PCs portáteis

Pontos negativos.

  • Personagens com pouco apelo carismático
  • Sistema de sanidade não causa pressão sobre o jogador
  • Pouca interação com os objetos do farol
— Jogo foi avaliado mediante cópia cedida pela Keymailer

Marcelo Souza

Apaixonado por jogos e consoles desde 1990. Quando não esta escrevendo em algum site de games, esta jogando ou ensinando o Felipe a jogar.

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