O cenário de desenvolvimento de jogos indies não cansa de surpreender, com certeza, boa parte do que jogamos hoje, está diretamente ligado a criatividade desses estúdios. Como fã do gênero Soulslike desde sempre, nunca poderia imaginar ser surpreendido por um jogo como Void Sols, onde o protagonista e inimigos são formas geométricas e luzes vibrantes. Confira nossa review e saiba porque Void Sols pode ser um jogo minimalista e, ao mesmo tempo, complexo, divertido e desafiante.
- Jogo: Void Sols
- Desenvolvedora: Finite Reflection Studios
- Publicadora: Modern Wolf
- Lançamento: 12 de novembro de 2024
- Número de Jogadores: Single Player
- Gênero: RPG/Soulslike
- Plataformas: PC
- Site Oficial: Modern Wolf
Que se faça Luz!
Void Sols é um game incrivelmente particular de várias maneiras divergentes, e boa parte dessas particularidades estão relacionadas a ótimas surpresas. O jogo abusa dos gráficos e formas minimalistas para criar um genuíno Soulslike, trazendo o que há de melhor no gênero e inovando em um jogo extremamente divertido e desafiador. A primeira vista, não temos ideia do que realmente nos espera no jogo, mas quando comecei a jogar, me vi diante de um dos jogos mais interessantes que avaliei em 2024 até o momento.
No jogo, damos vida a uma forma geométrica presa em um mundo cheio de inimigos que, por algum motivo, nos odeiam. Estamos em um labirinto e tudo que devemos fazer é sobreviver às investidas inimigas, usando os recursos que temos em quanto visamos sair desse inferno geométrico. O jogo oferece tradução para o português, bem como outras opções que se mostram acertadas, dentre elas a dificuldade, sendo essa, um fator muito importante.
Graficamente falando, o jogo mantém o tom minimalista em seus labirintos, sempre abusando das formas geométricas nas construções. Encontraremos alguns itens aleatórios como caixas, barris e cercas, mais nada, além disso. Os labirintos são escuros, tornando os efeitos de luz ainda mais impressionantes, a descoberta e iluminação dos labirintos fica por conta do jogador, encontrando tochas e pontos de controle que servem como orientação nos mapas.
A princípio, o jogo aparenta se passar apenas em uma espécie de calabouço gigante e escuro, mas é quando saímos desse local que o jogo fica ainda mais exuberante, aguçando a curiosidade do jogador para saber o que mais teremos pela frente.
Se você estiver jogando em uma tela AMOLED, as cores vibrantes ficam ainda mais bonitas no tom escuro mais intenso. Dividimos nosso tempo para essa análise em um monitor com essa iluminação e na tela LCD do Steam Deck, em ambos os casos o jogo manteve a fidelidade de iluminação, ficando apenas mais vibrante no monitor AMOLED.
O jogo faz bom uso dos pontos escuros em seu mapa cheio de salas, colunas e calabouço e se quando iluminado, tudo é belo, na escuridão, tudo é perigoso. Muito desse perigo também é pelo fato de que os inimigos se esconde em cantos e na escuridão. Void Sols, como um bom jogo Soulslike, privilegia a cautela, tenha isso sempre em mente, avançar intrepidamente, quase sempre resultará em um retorno até o ponto de controle mais próximo.
A proposta gráfica, inicialmente, passa a sensação de que Void Sols é um jogo de exploração 2D como diversos outros, usando uma premissa minimalista. Nada mais prazeroso perceber o quanto o jogo é ambicioso e usa elementos simples para criar um Souls legítimo, cheio de imaginação, mas que apelo gráfico, ainda que a beleza visual esteja presente.
A difícil brincadeira de viver
Ainda que as formas geométricas pareçam quase amistosas, as coisas não são assim, e nossos inimigos, do menor ao maior, são implacáveis e o menor deles pode conseguir dar um fim às nossas ambições de permanecer vivo. Inicialmente, tudo se resume a atacar e esquivar enquanto exploramos e marcamos pontos de controle. Uma das benesses é a generosidade do jogo com esses pontos de controle, já que em algum momento você perecerá, e nesse caso, o jogador não se frustrará tendo de voltar muito no jogo.
Explorar os labirintos é necessário, ainda que seja ameaçador. Conforme exploramos, recolhemos recursos e itens utilizados para melhorar novas habilidades, equipamentos como armas. Começamos com uma espada, mas logo estaremos diante de novas armas primárias e secundárias que vão exercer maior influência em determinados inimigos e menor em outros. Além disso, precisaremos explorar para conseguir as chaves para abrir novas áreas e avançar nos labirintos. Vale ressaltar que apesar da ambientação 2D minimalistas, os mapas têm áreas denominadas e bem detalhadas.
Para deleite do jogador, no final de cada área teremos de lidar com um chefe de fase, e se os inimigos regulares já dificultam as coisas, imagine o mandachuva do lugar. Tudo que você aprende é recolhe durante as fases tem reflexo nesses combates, estar em um Level adequado e com itens de cura e upgrade pode fazer toda diferença entre uma luta equilibrada ou não. Esses combates são mais estratégicos e se resumem a esquivar, atacar e fugir, você ainda pode modificar a dificuldade bem como seu poder de ataque à qualquer momento, isso facilitará as coisas, mas também alterar a experiência imaginada para o jogo.
Ainda que a curva de dificuldade pareça elevada, o jogador que se dedicar um pouco mais a aprender o esquema de luta do jogo, será gratificado com um sistema de combate muito gratificante. O legal é que por mais que a luta pareça simples, ela foi muito bem implementada, e conforme os inimigos atacam de maneira mais complexa enquanto agregamos novas armas e acessórios, esquivar e atacar toma outra proporção, fazendo o jogador pensar em táticas mais estratégicas de se esquivar e atacar. Essa sensação prazerosa de vencer acontece sempre que encontramos um novo e desafiador inimigo, e até encontrar ou melhorar as armas que você tem, o desafio é viciante, e quando você consegue se impor sobre aquele inimigo chatos, o prazer é imediato.
Explorar os labirintos é necessário, ainda que seja ameaçador. Conforme exploramos, recolhemos recursos e itens utilizados para melhorar novas habilidades, equipamentos como armas. Começamos com uma espada, mas logo estaremos diante de novas armas primárias e secundárias que vão exercer maior influência em determinados inimigos e menor em outros. Além disso, precisaremos explorar para conseguir as chaves para abrir novas áreas e avançar nos labirintos. Vale ressaltar que apesar da ambientação 2D minimalistas, os mapas têm áreas denominadas e bem detalhadas.
Particularmente, gostei muito como Void Sols escala de modo gradual e conciso. Ao mesmo tempo que avançamos no jogo, os conceitos vão ficando mais complexos, bem como a dificuldade e complexidade dos mapas. Assim como nosso aprendizado, a curva de dificuldade é gradual, e como podemos redefinir nossos atributos a qualquer momento, saber gerenciar suas escolhas a um determinado momento, faz toda a diferença.
Void Sols — Vale a pena?
Nossa aventura em Void Sols é a prova que a criatividade supera a mesmice de um gênero tão assolado por bons e maus jogos como o Souls. A implementação criativa de várias ideias próprias e gráficos originais, fazem do game uma obra divertida e original. Existem algumas escorregadas, como a curva de dificuldade acentuada no final do jogo, mas nada que faça com que o jogador se sinta punido ou se desinteresse pelo jogo.
A sensação que fica em Void Sols é de um game divertido e desafiador, onde a beleza gráfica está nos detalhes e que boas ideias podem fazer toda diferença. Dito isso, deixa eu voltar a jogar, só mais um pouco…
Jogo foi avaliado mediante uma cópia de revisão gratuita da https://www.keymailer.co
Void Sols | REVIEW
Gráficos - 8
Jogabilidade - 8
Diversão - 8.5
Som - 8
Dificuldade - 8
Fator Replay - 8
8.1
Ótimo
Void Sols é um game surpreendente por inovar com seus gráficos minimalistas e uma aventura coesa com muitos dos melhores elementos e mecânicas do gênero souls.