Romancing Saga: Minstrel Song Remastered | REVIEW

RomancingSaga é uma franquia de RPGs da Square que começou lá em 1992 para o Super Nintendo. Minstrel Song trata-se do quarto jogo da franquia original SaGa, que possui muitos fãs ao redor do mundo. O game recebeu novas versões adaptadas para novas plataformas, como Playstation 2, e em 2022 chegou com tudo à nova geração. Agora, em 2025, foi lançada a versão International, contando com legendas em diversos idiomas além do Inglês e Japonês.

Vale mencionar que eu nunca joguei esse jogo antes, então foi a minha primeira impressão com esse jogo. Já joguei outros jogos da franquia SaGa e sou um fã apaixonado de RPGs, então foi um enorme prazer analisar este grande jogo marcante na história dos RPGs.

Um Épico Moderno

Não tem como falar de Romancing SaGa: Minstrel Song e não falar de seus personagens. O jogo é reconhecido até os dias de hoje como um grande clássico entre os fãs de RPG, e além da liberdade, um de seus maiores feitos é a excelente criação do mundo. O mundo de Mardias é bonito e repleto de locais interessantes e personagens cativantes. Cada um dos personagens principais possui um enredo interessante e marcante, que impulsionará o jogador a querer compreender o mistério e chegar ao final do drama. Seja a história um romance impossível, vingança ou luta por liberdade, é sempre o pano de fundo para uma excelente e inesquecível aventura.

O modo como a trama do jogo se divide remete a outros clássicos atemporais, como Trials of Mana, também da Square, lançado originalmente em 1995. Nesta época, os RPGs mantinham essa essência, e o talento dos criadores ajudava a desenvolver mundos vivos e únicos. Toda essa atmosfera está presente neste remaster, que fornece aos novos jogadores e novos fãs de RPG uma verdadeira viagem no tempo, para os áureos tempos de aventuras épicas.

Oito Heróis e Heroínas

Logo ao iniciar o jogo, poderá escolher se pretende habilitar todo o conteúdo extra adicionado ao Remaster, ou se prefere jogar o conteúdo original do jogo, sem adições. Depois, poderá escolher qual seu personagem principal. Há um total de 8 opções para escolher: Albert, Aisha, Gray, Claudia, Jamil, Sif, Hawke e Barbara. Cada personagem é único e acrescenta estilos diferentes, locais diferentes e personagens secundários totalmente diferentes para a trama principal.

A escolha do personagem principal não irá apenas alterar a história, como pode representar uma diferença brutal de dificuldade. Apesar de todos os personagens estarem disponíveis desde o início, alguns personagens foram pensados para serem usados por iniciantes, enquanto outros podem exigir um conhecimento maior sobre as mecânicas de combate do jogo para serem viáveis. Vale mencionar também que todas as histórias culminam em um arco principal, mas que mesmo assim, cada história individual é gratificante a ponto de fornecer alto valor de replay.

Liberdade Total

A liberdade é uma das filosofias mais presentes por trás dos jogos da franquia SaGa. O jogo conta a história como se fosse a canção de um bardo, e o jogador possui bastante incentivo para colocar os seus próprios versos no meio da aventura. Ao escolher um personagem, as cenas irão criar um clima, e então o jogo deixará o jogador livre para tomar as suas escolhas. Ande pela cidade, fale com as pessoas e faça o que estiver com vontade de fazer. Diversas cidades e localidades espalhadas pelo mundo não são obrigatórias, e são apenas opcionais. Viajar para cidades não mencionadas pode render novas histórias, missões secundárias e muitas surpresas. Cabe ao jogador decidir como ele vai formar a sua história dentro da trama do jogo, as estrofes dentro da canção.

É claro que o jogo irá orientar constantemente sobre onde se precisa ir, mas não irá lhe guiar pela mão o tempo todo. Sempre haverá um indicativo básico sobre onde se deve ir, por exemplo, mas não como chegar lá ou com quem terá de falar quando chegar lá. Sendo assim, fique à vontade para explorar e fazer o que der na telha. Em cada cidade, fale com as pessoas, e preste atenção ao que dizem, pois pode conter pistas sobre lugares e outros personagens. Os jogos dessa época não eram tão burocráticos, e era preciso ter curiosidade e imaginação para conseguir avançar na história.

Combate sem Experiência

Se você já jogou algum jogo anterior da franquia SaGa, então consegue ter uma ideia sobre como funciona o combate. Trata-se de um sistema de combate por turnos, um modelo já tradicional e consolidado nos JRPGs. Cada personagem possui um turno para atacar, assim como o inimigo. Um dos principais diferenciais do sistema da franquia SaGa é que não se ganha experiência ao final da batalha. Os personagens ganham pontos de atributo conforme seu desempenho na batalha, e de forma randômica. Desta forma, seu grupo não evolui igualmente, e não tem como garantir um determinado nível de força em cada momento do jogo, exigindo formações e estratégias únicas.

Conforme desferir ataques nos inimigos, os personagens aprendem novas habilidades, também de forma randômica. Para usar habilidades especiais, gasta-se BP, que é recuperado de forma limitada a cada turno, e também gasta a durabilidade da arma em uso. A durabilidade da arma pode ser consertada e aprimorada em ferreiros espalhados pela cidade. Vencendo a batalha, também conseguirá Jewels, que pode ser usado para comprar melhorias diversas para o personagem. Estas melhorias permitem usar habilidades úteis, como encontrar baús ou pula buracos.

Mais Companheiros, Mais Alegria

O “senso de descoberta” do jogo também influencia o modo como o combate se desenvolve. Vamos começar por um elemento muito importante para o combate: os seus companheiros de batalha. Há duas formas de recrutar novos companheiros. Os companheiros principais são adquiridos ao longo da história, por meio de cenas, e não há como evitar. Além desses, sempre que visitar os bares do jogo, encontrará outros possíveis companheiros, genéricos, disponíveis para recrutamento. Geralmente, eles estão disponíveis por um preço, como mercenários comuns.

Estes novos integrantes podem ser das mais variadas classes, como feiticeiros, guerreiros ou arqueiros, e possuem conjuntos específicos de equipamentos e habilidades. Muitos deles são consideravelmente fortes, principalmente no começo do jogo, e certamente ajudarão bastante em combate. Você pode personalizá-los com novos equipamentos e habilidades, tornando-os tão úteis e imprescindíveis ao seu grupo quanto qualquer outro personagem fixo da história.

Novidades para Todos

Como eu mencionei no início do review, eu nunca joguei o jogo original, e nem mesmo o seu primeiro Remaster, para o Playstation 2. Então, ao mesmo tempo que minha experiência é inédita e sem pré-conceitos estabelecidos, também não tenho como analisar o “peso” das novidades. O jogo menciona uma lista de melhorias e acréscimos na qualidade de vida, que vão desde melhorias visuais até um modo turbo para o combate, novos personagens recrutáveis, novas histórias secundárias e diversos superchefes de dificuldade muito alta, disponíveis ao final do jogo. Uma melhoria muito útil é poder usar Quick Save rapidamente em praticamente qualquer lugar. Ao pressionar um botão, poderá criar um save rápido em qualquer lugar, e voltar rapidamente para onde estava.

Devido ao modo como a progressão do jogo funciona, nem todos os jogadores verão as mesmas novidades. Alguns dos personagens recrutáveis exigem ações específicas e uma ordem específica de eventos. Como o jogo é livre, é plenamente possível que uma grande parte dos jogadores jogue o jogo sem perceber como recrutar aquele novo personagem. O mesmo vale para os novos superchefes. Sua dificuldade é tão alta que, mesmo no modo Novo Jogo + com os melhores equipamentos, ainda encontrará dificuldades para enfrentá-los. Para conseguir chegar até eles, é preciso derrotar um superchefe escondido, então, muitos jogadores podem passar pelo jogo sem encontrá-los.

Infelizmente, Não é para Todos

Romancing Saga: Minstrel Song é um épico, uma pérola que não pode cair no esquecimento, e que merece sim ser jogado por todo fã de JRPG moderno. No entanto, é preciso entender que muita coisa mudou desde o lançamento original do jogo, e as muitas melhorias realizadas ainda não são suficientes para atender a um amplo público. Jogadores mais novos e iniciantes no JRPG não terão paciência para aprender todas as nuances e mecânicas, poderão ficar perdidos sem saber o que fazer e ainda encontrarão uma escala de dificuldade totalmente irregular. Por não ter uma ordem clara específica para explorar, não é difícil parar em um local com inimigos fortes demais para o momento, e logo em seguida, ir para outro lugar com monstros muito fáceis.

O jogo tentou se esforçar para ser acessível, com mais legendas, batalhas mais rápidas e menus mais explicativos, principalmente nas lojas, mas a própria essência do jogo pode afastar os impacientes mais acostumados com RPGs modernos. É uma pena, sem dúvida, pois este é um dos melhores Romancing SaGas já produzidos e um pilar para o gênero. Eu recomendo a todos os fãs de verdade de RPGs, pois pode ser profundamente apaixonante nas mãos certas.

Confira o site oficial para mais informações.

Romancing SaGa: Minstrel Song Remastered foi avaliado mediante uma cópia de revisão gratuita através da PressEngine.