Se você gosta do gênero de terror, principalmente o terror psicológico, DeathOmen promete surpreender suas expectativas, trazendo novidades ao gênero. As principais características do gênero estão presentes, trazendo elementos de mistérios e eventos que prometem desafiar a sanidade. Mas não é só isso, a abordagem da violência é usada de uma maneira diferente, e isso faz de DeathOmen, uma experiência, que como veremos detalhadamente abaixo, merece ser conferida.
- Jogo: DeathOmen
- Desenvolvedora: Jeff Winner
- Publicadora: CreativeForge Games
- Lançamento: 05 de fevereiro de 2025
- Número de Jogadores: 1
- Gênero: Terror Psicológico
- Plataformas: Steam
- Site Oficial: DeathOmen

No Limite da Loucura
Deixando de lado o horror gore. DeathOmen aposta no terror estritamente psicológico, colocando o jogador em um ambiente que desafia a sanidade a todo momento. Teremos de sobreviver a várias noite onde seremos assombrados por esse terror intenso, onde cada uma de nossas escolha nos levam a um evento ainda mais perturbador. Ainda que a narrativa não apresente avanços em comparação a outros jogos, a mudança no andamento do jogo é muito bem-vinda e mantém o jogador interessado no que acontecerá no game.
Logo nos primeiros minutos de jogo temos um vislumbre do que nos espera no resto da aventura. O legal é que esses momentos são constantes, e ainda, sim, conseguem surpreender com alguns bons sustos ou colocando o jogador em um clima de tensão uniforme. A ambientação do jogo é bastante favorecida se você estiver jogando sozinho e/ou a noite, criando aquele clima de suspense dignos de filmes clássicos de terror e suspense, mas com mais sustos.
A história se desenrola com um protagonista que leva uma vida moderna, assim como muitas pessoas hoje em dia, ficando quase todo o tempo recluso em seu apartamento, enquanto recebe suas compra e trabalha remotamente, lembrando os momentos mais críticos da última epidemia global que tivemos. Além de não sair de casa, como acontece com muitas pessoas reclusas, nosso protagonista tem dificuldades para dormir, e com tudo isso, temos a receita certa para que ele tenha distúrbios mentais.
O terror está na mente
Boa parte do que acreditamos nos amedrontar, está na nossa mente, e acreditando nisso, DeathOmen consegue nos impor uma atmosfera pesada e cheia de tensão. Um dos games que se tornaram referências para mim nesse gênero é Visage. Partindo disso, DeathOmen é um game tão tenso quanto o que citei, principalmente pela abordagem dúbia da realidade. Ainda que todas as coisas que encontramos no jogo nos levem para uma direção, a sensação que estamos sempre em uma encruzilhada, persiste e desafia o jogador.
Como não poderia deixar de ser, a ambientação niilista é ainda mais intensificada pelo uso do escuro e das luzes. O uso dessa combinação é bem conhecida por quem curte esse tipo de jogo, temos uma iluminação intensa, mas que não abrange um campo extenso, ao mesmo tempo, em que temos uma lampada com muita luz, ao andar alguns passos e até mesmo os cantos perto dessa lampada, tem uma escuridão intensa.

Como parte da narrativa, ainda que oferecendo um campo dúbio para que o jogador comece a desenhar sua interpretação dos acontecimentos, DeathOmen surpreende, mesmo que usando um subterfúgio comum um jogos de terror psicológico, o plot twist. Não posso abranger muito esse tema para não estragar a surpresa, saber o que realmente está acontecendo é uma tarefa digna de quem tem uma atenção e uma imaginação bem abrangente.
Diante de tudo isso, o game criado por Jeff Winner é uma grata surpresa, com uma história bem construída e intensa o suficiente para manter o jogador preso no game. O ponto negativo fica por conta da duração, o jogo deveria ser mais longo, ao menos o dobro. A abordagem de alguns eventos poderiam ser mais extensas, e até mesmo o uso de mais cenas, deixando o jogo um pouco maior. Ainda que os acontecimentos e a narrativa se encaixem nas não mais que 90 minutos de jogo. O games mais curioso pode se aventurar novamente em busca de detalhes que possam ter passado desapercebido, mas não será o caso da grande maioria.

Não é só de sustos que se vive
Você deve estar imaginando, além de sobreviver aos sustos enquanto explora sua residência assombrada, também deverá lidar com algum gerenciamento de sua vida cotidiana, precisando de itens básicos para sobreviver nessa curta experiência aterrorizante. O conceito é muito interessante por colocar o jogador no controle total da vida do personagem, precisando pedir comida e medicamentos para se manter vivo.
Infelizmente esse é um recurso que aproveitamos poucas vezes, principalmente devido a curta duração do jogo. Precisaremos poucas vezes desses recursos, deixando a impressão de que foi somente uma experiência colocada no jogo para ser aproveitada futuramente, caso seja bem aceita. No final, a impressão que temos é de estar jogando uma demo, e não um jogo completo.
Além de ser muito curto, DeathOmen tem uma progressão linear, onde somos empurrados para os objetivos, ainda que você se esforce em fazer as coisas erradas. Sem quebra-cabeças, labirintos, ou enigmas com objetos, tudo que resta é seguir em frente, nos poucos ambientes que podemos nos perder por alguns segundos, ante de alcançar seu objetivo.
Se não podemos esperar muito da progressão ou da dificuldade, sobra tensão e boa parte disso vem dos efeitos sonoros. Sem sombra de dúvida, boa parte do medo e sustos que levamos no jogo está relacionado a esses efeitos, sendo muito bem implementados e surgem no momento certo. Não podemos abranger as músicas do jogo, confesso que essas passaram desapercebidas, principalmente por que o silêncio é um fator mais assustador que qualquer música que eu me lembre.
DeathOmen — Vale a Pena?
Ainda que seja um jogo, DeathOmen funciona muito bem como uma experiência interativa focada no terror psicológico, é nesse último que o jogo funciona muito bem. Mesmo usando clichês do gênero, o jogo consegue impor alguns bons sustos e surpreende com um forte clima de tensão, gerando aquela expectativa de que você sabe que algo vai acontecer, mas ainda assim, tomamos um susto.
O principal ponto negativo é a duração, merecíamos um pouco mais de DeathOmen, a experiência poderia ser mais divertida se tivéssemos mais opções de exploração e alguns quebra-cabeça. Além disso, o jogo é muito linear, e quase que obriga o jogador a terminar o game o mais rápido possível, tinha de ser o inverso. De qualquer forma, DeathOmen oferece uma ótima experiência e deve ter uma continuação na mente de algum personagem com uma moléstia mental que dure mais, muito mais.
DeathOmen foi avaliado mediante uma cópia de revisão gratuita fornecida pela Keymailer.
DeathOmen | REVIEW
Gráficos - 6.5
Jogabilidade - 6.5
Diversão - 8
Som - 8
Dificuldade - 6.5
Fator Replay - 7
7.1
Bom
DeathOmen surpreende com um clima tenso e bons sustos, se aproveitando de bons efeitos sonoros em um ambiente familiar, nossa própria casa. Entretanto, com uma duração mínima e uma progressão que te empurra para o final do jogo, a diversão fica comprometida pelo sentimento de termos jogado uma demo e não um jogo completo.